Resumo |
Adesivos a base de ureia-formaldeído são os mais utilizados na indústria moveleira, por terem baixo custo e facilidade de uso, porém possuem baixa resistência à umidade, emitem formaldeído em condições de alta umidade, além de possuir menor resistência mecânica quando comparado a outros adesivos sintéticos. Visando melhorar a qualidade e performance dos adesivos, a nanolignina surge como alternativa para tal, pois possui grande área superficial, facilitando sua dispersão e incorporação, podendo reagir com as moléculas de ureia-formaldeído bloqueando os grupos terminais ou atuando como sequestrador de formaldeído. O objetivo deste trabalho foi utilizar nanolignina kraft de pinus e eucalipto na síntese de adesivos de ureia-formaldeído e avaliar seus impactos nas propriedades reológicas, resistência ao cisalhamento de juntas coladas e redução de emissão de formaldeído. As ligninas kraft, em pó, de Eucalyptus sp. e Pinus sp., foram obtidas a partir do licor negro resultante do processo de polpação da celulose. As nanoligninas kraft foram produzidas pelo método mecânico a partir de um moinho a 1500 rpm, para isso foram preparados 6 litros de suspensão de cada nanolignina, com consistência de 5% m/v. Para cada tipo de lignina, dois níveis de processamento correspondentes ao número de passagens no moinho foram avaliados, sendo 5 e 10 passes. As suspensões de nanoligninas foram centrifugadas e o precipitado foi congelado e posteriormente liofilizado. Foram sintetizados adesivos ureia-formaldeído adicionando 2, 4, 6, 8 e 10% de nanolignina liofilizada, em substituição da massa total de ureia, na etapa de hidroximetilação da síntese. De acordo com os resultados, as adições de nanolignina kraft de pinus e eucalipto na síntese do adesivo ureia-formaldeído aumentaram o pH e viscosidade e reduziram o gel-time e tempo de trabalho. Os adesivos contendo 4% de nanolignina de eucalipto e 6% de nanolignina de pinus, com 5 passes pelo moinho (E5P 4%, e P5P 6%), tiveram resistência ao cisalhamento nas condições seca e úmida em média, 13% superior à testemunha. A adição de nanoligninas nas formulações adesivas E5P 4% e P5P 6%, reduziu em até 75% as emissões de formaldeído das formulações. Conclui-se que os tratamentos que tiveram melhores performances foram aqueles contendo 4% de nanolignina de eucalipto e 6% de nanolignina de pinus, ambas com 5 passes pelo moinho. |