Resumo |
Introdução: Para minimizar o risco da ocorrência de doenças transmitidas por alimentos (DTA) as boas práticas de manipulação devem ser implementadas nos estabelecimentos alimentícios para a garantia da segurança alimentar. No Brasil o informe sobre surtos de DTA publicado em 2018 pelo Ministério da Saúde, demonstrou que as carnes bovinas in natura, processados e miúdos se configuram como o grupo de alimentos que ocupa a sexta posição dentre aqueles incriminados em surtos desta natureza. Para minimizar os problemas encontrados, os pesquisadores sugeriram a melhoria das práticas de higiene. Objetivo: Este estudo teve como objetivo avaliar as condições higienicossanitárias dos açougues e estabelecimentos que comercializam produtos cárneos no município de Rio Paranaíba-MG. Metodologia: Tratou-se de um estudo de corte transversal com caráter quantitativo que foi realizado em açougues e casas de carnes cadastrados junto à vigilância sanitária (VISA) do município de Rio Paranaíba-MG. Utilizando-se como instrumento o roteiro de inspeção e avaliação da VISA municipal, composto por 22 dimensões, foram acompanhadas inspeções realizadas em 5 estabelecimentos comercializadores de carnes. A coleta de dados ocorreu no período de março a julho de 2022. Resultados: Verificou-se que as irregularidades encontradas se referiram principalmente às edificações, instalações e equipamentos dos estabelecimentos. Em 60% (n=3) dos estabelecimentos foram encontradas oxidações nas estruturas metálicas como os ganchos que são utilizados como suporte para as carnes, bem como a presença de objetos alheios às atividades. Além disso, a inexistência de sabão e papel toalha na instalação para lavagem das mãos e sanitários; pisos com sujidades; lixeira sem acionamento automático do pedal e sem tampa. Também foram encontrados irregularidades no que tange aos de manipuladores de alimentos, 40% (n=2) dos estabelecimentos apresentaram irregularidades neste item, onde em um dos locais o colaborador manuseava moedas e não realizava lavagem das mãos para o porcionamento das carnes durante o atendimento ao público e no outro estabelecimento o colaborador estava de chinelo, usando adornos e os uniformes eram escuros. Conclusão: As irregularidades encontradas comprometem a qualidade sanitária do produto comercializado, sendo necessário um esforço tanto do proprietário, quanto da própria vigilância, para a promoção das boas práticas. Ações promotoras de capacitações para os trabalhadores do setor, assim como inspeções mais rigorosas são algumas alternativas para a mudança que se faz necessária. |