"Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável"

24 a 26 de outubro de 2023

Trabalho 18390

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Ensino médio
Modalidade Extensão
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Botânica
Setor Colégio de Aplicação - Coluni
Bolsa Outros
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro Outros
Primeiro autor CLARA MIRANDA MAU GODINHO
Orientador ATIMA CLEMENTE ALVES ZUANON
Outros membros LUIZ GUSTAVO SANTOS COTA
Título Etnobotânica dos preconceitos: uma reflexão sobre a naturalização de processos de estigmatização através dos nomes das plantas
Resumo A etnobotânica é o estudo da relação dos seres humanos com o mundo vegetal, no que diz respeito à transposição de seus elementos culturais, saberes e estigmas para sua percepção em relação às plantas. A etnobotânica pode ser ainda definida como o estudo da relação existente entre o Homem e as Plantas e o modo como essas plantas são usadas como recursos e significadas culturalmente. Atualmente, a etnobotânica tem proposto a ressignificação dos processos de nomenclatura de plantas, apontando a forma como reproduzem, historicamente, diferentes preconceitos. Assim o projeto “Etnobotânica dos preconceitos” tem como objetivo identificar exemplares cuja nomenclatura seja fruto da “materialização” dos preconceitos e que estejam presentes no Herbário da Universidade Federal de Viçosa (UFV), bem como propor abordagens pedagógicas acerca dos resultados da pesquisa a fim de amplificar as discussões sobre o tema. O levantamento bibliográfico para a pesquisa foi realizada através das bases de dados do Google Acadêmico e Scielo, bem como dos motores de busca da UFV para publicações realizadas entre os anos de 2012 e 2022, utilizando-se os seguintes descritores: “etnobotânica”, “botânica", “nomenclatura”, “estigma", “discriminação”, “racismo”. Paralelamente, foi realizado um levantamento de “plantas estigmatizadas” no Google, usando-se os descritores “plantas racistas”, “plantas misóginas”, “plantas anti-semitas” e “plantas com nomes diferentes”, a fim de identificar os casos mais comuns, a partir dos nomes popular e científico. Por fim, foi realizada uma pesquisa documental, a partir de consulta à rede speciesLink, desenvolvida pelo Centro de Referência em Informação Ambiental (CRIA), a qual contém dados relativos ao acervo do Herbário VIC, pertencente ao do Departamento de Biologia Vegetal da UFV. A partir da pesquisa bibliográfica foram encontrados diversos resultados para os descritores, no entanto, apenas o trabalho da pesquisadora Giselle Beiguelman se refere mais diretamente à presença de preconceitos nos nomes de plantas. Já na pesquisa documental, foram encontrados 18 exemplares de plantas cuja nomenclatura é fruto de processos de antropomorfização que se referem à representação de preconceitos. A partir dos resultados encontrados é possível concluir que o campo na etnobotânica, no que tange a discussão das nomenclaturas das plantas, ainda não é muito estudado e discutido. Apesar disso, as pessoas entram em contato com nomes que constrangem diversos grupos da sociedade, frequentemente, sem que haja reflexão sobre as origens de tais manifestações, que são fruto das relações sociais, mas que acabam sendo “naturalizadas” como algo supostamente inerte. A disponibilização desses resultados aos visitantes do Herbário será realizada futuramente.
Palavras-chave Etnobotânica, preconceitos, antropomorfização
Forma de apresentação..... Painel
Link para apresentação Painel
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