Resumo |
Introdução: o consumo nocivo de álcool é um significativo problema de saúde pública, existem elementos socioculturais, demográficos, de saúde mental, representações e percepções subjetivas que influenciam essa exposição ao risco prejudicial do consumo de álcool. As complexidades, vulnerabilidades e riscos envolvidos pelo uso na juventude, refletem a necessidade de se pensar melhores estratégias para abordar esse problema. Objetivos: analisar o padrão de uso do álcool e a associação com a saúde mental e marcadores sociais, entre adultos estudantes do ensino público. Método: estudo transversal realizado com 76 estudantes, com faixa etária de 18 a 60 anos, matriculados no Ensino Regular e na Educação para Jovens e Adultos fundamental e médio, de três escolas da rede pública estadual de ensino de um município de pequeno porte de Minas Gerais. Os dados foram coletados entre outubro de 2022 e abril de 2023. Foram utilizados um questionário estruturado sociodemográfico, o Alcohol Use Disorders Identification Test (AUDIT), Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse (DASS-21). Realizou-se a análise descritiva e inferencial, considerando significante p<0,005. Resultados: houve predomínio de estudantes do sexo feminino (53,9%), matriculados no EJA médio (59,2%), solteiros (67,1%), autodeclarados pardo (51,3%). A mediana de idade foi de 21 anos. Em relação ao consumo de álcool, verificou-se que a maioria dos estudantes 49 (64,5%) apresentou consumo classificado como baixo risco. Houve diferença estatisticamente significativa entre o consumo de álcool e a mediana de idade dos estudantes (p=0,019) e a renda familiar (p=0,004). A prevalência de algum grau de depressão foi de 47,4%, de ansiedade foi de 46,1% e de estresse foi de 40,8%. Observou-se uma correlação fraca e diretamente proporcional entre o nível de depressão e o consumo de álcool, identificou-se também que os níveis de depressão, ansiedade e estresse estão fortemente correlacionados. Conclusão: a população de estudantes adultos analisados nessa pesquisa apresentou, em sua maioria, consumo de álcool considerado como de baixo risco. O maior consumo esteve associado aos pacientes mais jovens e com maior renda familiar. Em relação aos fatores relacionados à saúde mental, o consumo de álcool se correlacionou diretamente ao nível de depressão. Reforça-se a importância de estudos que busquem compreender as particularidades desse consumo para aprimorar estratégias de prevenção e cuidado no uso prejudicial do álcool. |