Resumo |
Introdução: O treinamento de força (TF) tem sido amplamente aceito como uma abordagem efetiva para promover a saúde, resultando em melhorias significativas na força e capacidade funcional dos músculos. Algumas pesquisas têm explorado o impacto do alongamento nos processos musculares; no entanto, a influência do alongamento realizado antes do TF reforçado excentricamente (TFRE) nos aspectos funcionais musculares permanece um tema controverso e carente de estudos abrangentes. Objetivos: Determinar o efeito crônico do alongamento prévio ao TFRE sobre indicadores funcionais do músculo esquelético. Métodos: Foram avaliados 20 estudantes com idade entre 18 e 24 anos, que se submeteram aleatoriamente a duas condições: grupo TF (GTFRE) e grupo flexibilidade + TF (GFTFRE). No GTFRE os voluntários realizaram 20 sessões de treinamento, com 3 séries de 8-12 repetições do exercício de extensão de joelho, com carga de 70% da força máxima dinâmica (1RM). No GFTFRE, realizaram 3 séries de alongamento pelo método passivo, com duração de 30s, para musculatura de quadríceps femoral (flexão do joelho), seguido pelo mesmo protocolo realizado no GTFRE. O volume e intensidade de treinamento foram aumentando progressivamente, nas primeiras 8 sessões 4x8 repetições, nas sessões 8-16 foi feito 4x10 repetições e por fim 17-20 realizando 4x12 repetições de extensão de joelhos. Os indicadores funcionais avaliados foram: força máxima isométrica (CVIM), 1RM e potência muscular com cargas de 40%, 60% e 80% da 1RM. O tratamento estatístico constou do teste de normalidade de Shapiro Wilk, e das comparações intragrupo (pré x pós) e intergrupos (GTFRE x GFTFRE) por meio da análise multivariada da variância (MANOVA) para medidas repetidas, empregando dois fatores: tempo e grupo. Adotou-se um nível de significância estatística de p<0,05. Resultados: Foi observado que o GTFRE apresentou aumento do perímetro da coxa, enquanto o grupo GFTFRE não. Em relação à flexibilidade, houve redução significativa da flexibilidade no grupo GTFRE, enquanto o grupo GFTFRE manteve seus níveis de flexibilidade. Além disso, ambos os grupos apresentaram melhora da CVIM e da RM, sem diferenças entre os grupos. Não houve diferença para a potência muscular, em nenhuma das cargas avaliadas. O fator tempo (pré x pós) indicou que os dois grupos apresentaram aumento dos valores nas diferentes manifestações da força muscular entre os dois momentos de avaliação (p<0,05). Conclusões: A realização do alongamento prévio ao TF teve como efeito crônico o aumento da força muscular em ambas as condições experimentais (GTFRE e GFTFRE), sem diferenças entre essas condições. A execução do trabalho de flexibilidade prévio ao TFRE não demonstrou diferenças estatisticamente significativas em comparação com o protocolo sem alongamento prévio. Não houve diferenças entre os dois grupos indicando que ambos os protocolos de treinamento podem ser igualmente eficazes na melhora da força muscular. |