Resumo |
Considerando a necessidade de minimizar as emissões de dióxido de carbono (CO2) devido ao impacto ambiental e às mudanças climáticas, o sistema fotovoltaico é analisado quanto ao potencial de redução das emissões de CO2 em edificações, considerando que o aumento dessa forma de geração de energia é uma tendência mundial. Portanto, o objetivo do trabalho foi quantificar a emissão de CO2 operacional com e sem um sistema de energia solar fotovoltaica e o aumento de temperatura global pela geração de energia elétrica em um edifício durante o período de um ano. A análise foi realizada para um edifício comercial localizado em Belo Horizonte com área de 9.600m² e 18 pavimentos simulado para as condições climáticas de Florianópolis-SC, Belo Horizonte-MG, Vitória-ES e Fortaleza-CE. Um sistema fotovoltaico semi-transparente - solar thermophotovoltaics (STPV) foi simulado integrado às janelas que ocupam aproximadamente 50% da área da fachada. A emissão de CO2 para a produção da energia elétrica foi calculada conforme descrito na portaria número 309 de 2022 do INMETRO. O fator de emissão de CO2 na geração de energia elétrica de 0,07594 tCO2/MWh foi obtido com a média dos últimos 5 anos completos (2018 – 2022) com os dados do inventário do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Obteve-se os dados do consumo e da produção de eletricidade pelo edifício através da simulação no software EnergyPlus 9.6. A partir disso, constatou-se que a utilização direta da energia fotovoltaica produzida correspondeu a 93,18% em Florianópolis, 92,59% em Belo Horizonte, 92,87% em Vitória e 93,33% em Fortaleza. A geração pelo sistema fotovoltaico em relação ao consumo total correspondeu a 9,60% em Florianópolis, 11,29% em Belo Horizonte, 8,73% em Vitória e 7,91% em Fortaleza. A redução nas emissões de CO2 do caso base para o caso STPV foi de 14,87% em Florianópolis, 18,81% em Belo Horizonte, 15,73% em Vitória e 14,56% em Fortaleza. Para a média das reduções, de 9,38%, evitou-se de emitir em média 4,87 tCO2/ano. A temperatura média global foi estimada considerando a informação do IPCC de que para cada 1000 GtCO2 emitidos pela atividade humana, a temperatura média global pode aumentar 0,45°C. Dessa forma, o aumento de temperatura global anual médio previsto foi de 1,38.10-8°C para o caso base e de 1,16.10-8°C para o caso STPV. Com isso, constatou-se que com o sistema fotovoltaico e as condições avaliadas, proporcionalmente, o aumento de temperatura retarda em 15,90% do tempo; não há uma correlação da temperatura média anual e a média anual dos totais diários de irradiação solar com a geração pelo sistema fotovoltaico; houve um grande aproveitamento com uso direto da energia fotovoltaica gerada, em média 93,00% e que quanto mais ampla a adesão a sistemas fotovoltaicos, a sistemas mais eficientes e a aplicação em outros elementos da edificação, melhor será o controle das mudanças climáticas, pela relação direta da geração de eletricidade com a emissão de gás de efeito estufa. |