Resumo |
Introdução: A adiposidade excessiva na obesidade está relacionada ao desencadeamento de inúmeras doenças estritamente relacionadas a um estado de inflamação crônica subclínica, em que o estresse oxidativo está exacerbado. A castanha-do-brasil (CB) possui proteínas, fibras e lipídios insaturados, além de ser considerada uma das melhores fontes do mineral selênio, com notável função antioxidante. Assim, estratégias que visam contribuir com o tratamento da obesidade se fazem necessárias. No entanto, o impacto do consumo da CB associada a dieta restrita em calorias na CATd ainda é pouco explorado na literatura científica. Objetivo: Avaliar o impacto do consumo regular da CB associado a dieta restrita em calorias sobre a CATd de mulheres adultas em risco cardiometabólico. Material e Métodos: Trata-se de um ensaio clínico com mulheres adultas em risco cardiometabólico da cidade de Viçosa (MG). As participantes receberam 2 unidades de CB acompanhada por uma dieta restrita em calorias (-500 kcal) por 8 semanas (grupo CB) e sem CB (GC, grupo controle). Ao início e ao final do período de intervenção, foi avaliada a composição corporal por meio do DEXA, aferidas as medidas antropométricas, além da entrega de 3 registros alimentares preenchidos previamente. Ao final do estudo foi aplicado um recordatório alimentar 24 horas. O consumo alimentar foi avaliado comparando a média dos inquéritos alimentares aplicados ao início e final do estudo. O software ERICA® foi utilizado para estimar a ingestão calórica, de macro e micronutrientes. O teste t pareado foi utilizado para avaliar o efeito da intervenção. As análises foram realizadas no software SPSS versão 20.0 e um nível de significância de 5% foi adotado. Resultados: Um total de 39 mulheres foram avaliadas no presente estudo, das quais 20 do GC e 19 do grupo CB. A média de idade e IMC das participantes foi de 34,23 (DP 7,80) anos e 33,79 (DP 4,61) kg/m², respectivamente. A média de CATd da amostra total antes e após o período de intervenção foi de 6,54 (DP 3,89) mmol e 6,94 (2,82) mmol, respectivamente. O consumo de energia e macronutrientes foi similar entre grupos após as 8 semanas e em ambos os grupos. A CATd diminuiu no GC e aumentou no grupo CB comparado à linha de base, mas sem diferença estatística. Além disso, o grupo que recebeu CB apresentou numericamente um maior aumento da CATd comparado ao GC, mas sem diferença estatística entre grupos (∆ CATd grupo CB = 1,07 e DP = 2,76; ∆ CATd GC = -0,25 e DP = 4,64; p = 0,289). Os alimentos café, feijão e suco de laranja foram os que mais contribuíram para o consumo de antioxidantes antes e após o período de intervenção, independente do grupo de alocação. Conclusão: O consumo de CB aliado a restrição calórica promoveu aumento dos valores de CATd no grupo CB, mas sem significância estatística. Ao que tudo indica, indivíduos em situação de sobrepeso e obesidade podem se beneficiar dos efeitos antioxidantes do consumo de CB associado a dieta restrita em calorias |