Resumo |
Introdução: Rotinas intensas de estudo podem impactar de forma negativa na saúde mental de estudantes do ensino superior. Tem-se notado muitos estudos com essa temática, os quais revelam altas taxas de ansiedade e depressão entre indivíduos desse grupo, especialmente dentre os estudantes de medicina. A apresentação desses transtornos mentais culmina na procura por atendimento de saúde e, por vezes, em uso de medicação por essa população. Objetivos: Identificar o perfil de saúde mental dos estudantes dos dois primeiros anos do curso de medicina da Universidade Federal de Viçosa. Metodologia: O estudo utiliza-se de uma abordagem transversal quantitativa. Foram elegíveis para este estudo 110 estudantes, sendo a amostra final composta por 56 estudantes que estão regularmente matriculados no curso de medicina da UFV. A coleta de dados se deu no mês de maio de 2023 com a aplicação de um questionário com quatorze questões que abrangiam aspectos sociodemográficos e de saúde mental (tratamento farmacológico para depressão e/ou ansiedade, realização de psicoterapia ou terapia complementar e prática de atividades físicas regulares). Esse estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob o parecer de número 5.635.845. Os resultados foram obtidos em frequência absoluta e relativa e as análises foram realizadas no software Stata versão 16.0. Resultados: Com a obtenção dos dados, foi possível observar que os participantes possuíam, uma média de idade de 21 anos completos, sendo a 45 do sexo feminino (80,35%) e 11 (19,64%) do sexo masculino. Desses participantes, 33 (58,93%) autoafirmaram praticar atividades físicas regularmente. Quanto à medicação para controle de ansiedade e/ou depressão, 14 (25%) afirmam fazer uso, enquanto 41 (73,21%) negaram e 1 (1,79%) não respondeu à pergunta do questionário. Ao serem questionados sobre a realização de psicoterapia e/ou terapia complementar apenas, 13 (23,21%) responderam afirmativamente. Relacionando sexo e uso de medicação, 9,1% das pessoas do sexo masculino (1 em 11 participantes) fazem tratamento farmacológico para ansiedade e/ou depressão, enquanto esse índice é de 28,89% entre as pessoas do sexo feminino (13 em 45 participantes). Além disso, ao associar uso de medicação à realização de terapias, do total de participantes que fazem uso de medicação, 35,71% (5 em 14) realizam psicoterapia ou terapia complementar. Conclusão: Com a análise dos dados obtidos, foi possível depreender que nossos achados corroboram com os estudos que evidenciam a significativa parcela de estudantes dessa faixa etária que fazem uso de medicamentos ansiolíticos e/ou antidepressivos. Ademais, estudantes do sexo feminino merecem destaque por se mostrarem mais propensas ao uso desses fármacos. |