"Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável"

24 a 26 de outubro de 2023

Trabalho 18323

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Sociologia
Setor Departamento de Ciências Sociais
Bolsa PIBIC/CNPq
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro CNPq
Primeiro autor Deivit Henrique da Silva Leite
Orientador FABRICIO ROBERTO COSTA OLIVEIRA
Outros membros Bruna Nogueira Maia, Isadora Almendagna
Título Religião e pandemia no jornal “Folha Universal”
Resumo A pandemia de COVID-19 tornou-se um dos marcos históricos relevantes dos últimos tempos, que impactou diretamente a sociedade em todas as esferas. No Brasil, a crise sanitária mostrou-se um grande desafio para o Governo Federal que temia os efeitos econômicos negativos da pandemia e resistiu à implantação de medidas como o isolamento social. Naquele contexto, o governo encontrou apoio em lideranças evangélicas que concordavam com este discurso. As relações entre religião e política, no Brasil, têm se tornado cada vez mais relevantes devido a midiatização das religiões neopentecostais, a inserção de líderes no campo político por meio de candidaturas e a influência direta que as instituições religiosas tiveram nas últimas duas eleições. Nosso trabalho tem como objetivo analisar como o tema da pandemia foi tratado pela Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), via jornal Folha Universal, no período de janeiro 2020 a abril de 2022 (mês que o Ministério da Saúde declarou o fim da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional pela Covid-19). A pesquisa analisou 121 edições do jornal e optou por métodos qualitativos, através de leituras aprofundadas e análises dos conteúdos, e quantitativos, por meio do levantamento do número de reportagens sobre a pandemia publicadas no período. Identificamos a clara conexão entre religião e política através do evidente apoio da IURD aos posicionamentos do Governo Federal e do ex-presidente Jair Bolsonaro, sobretudo na defesa do isolamento vertical e da utilização da hidroxicloroquina como medicamento para o tratamento da doença. O jornal adotou uma forte linguagem negacionista frente ao isolamento social e à utilização da hidroxicloroquina, de modo que contrariou o consenso científico e as autoridades sanitárias. As edições raramente apresentavam fontes para as informações que divulgavam. Verificamos ainda a defesa da reabertura dos templos. Parte da identidade iurdiana está na crença de que os problemas terrenos são causados por demônios, e a instituição, como mediadora dos poderes divinos na terra, seria responsável por resolvê-los. Por isso, os templos deveriam ser abertos, pois igrejas seriam as únicas capazes de combater a doença. Ademais, a recomendação de fechamento dos templos foi taxada como prática de comunista e argumentaram que “fechar um templo seria como fechar um hospital”. A religião enquanto elemento público, participante nas decisões do Estado, e o reconhecimento de evangélicos como importantes atores políticos tem se tornado cada vez mais relevantes. Neste estudo, percebemos a importância da Igreja Universal neste contexto, concluindo que as informações e orientações dadas aos fiéis estavam constantemente articulando a dimensão espiritual e política em prol da argumentação de que a pandemia era maligna e a hidroxicloroquina milagrosa, pintando o ex-presidente como um “líder escolhido por Deus” e apelando pela abertura dos templos e estabelecimentos a favor da economia.
Palavras-chave Igreja Universal, Pandemia, Política
Forma de apresentação..... Painel
Link para apresentação Painel
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