Resumo |
Introdução: Pesquisas tem apontado a incidência de transtornos mentais em estudantes universitários face a novos desafios relacionados a vivência acadêmica, em especial em alunos do curso de medicina que sofrem grande impacto na saúde mental ao ingressarem na universidade. A carga horária expressiva de aulas em virtude da matriz curricular extensa além de outros fatores inerentes à formação médica, tais como a realização de exames em pacientes, medo de adquirir doenças e de cometer erros, proximidade de situações de dor, sofrimento e morte são fatores que os tornam suscetíveis a acometimentos por transtornos mentais, como a ansiedade, que se manifesta através de angústia, tristeza e sofrimento, o que impacta sobremaneira na qualidade de vida do estudante. Objetivos: Identificar os níveis de ansiedade entre alunos dos dois primeiros anos do curso de medicina. Metodologia: Trata-se de um estudo quantitativo do tipo transversal. Foram elegíveis para o estudo 110 estudantes, que corresponde ao número total de alunos regularmente matriculados nos dois primeiros anos de curso, sendo a amostra final composta por 56 estudantes. Para a coleta de dados foram aplicados um questionário composto por quatorze questões, que abrange informações sociodemográficas e o inventário de ansiedade de Beck, composto por 21 itens que abordam questões relacionadas à ansiedade, cujo somatório dos itens indica ansiedade mínima (pontuação de 0 a 10); leve (pontuação de 11 a 19); moderada (pontuação de 20 a 30) e grave (pontuação de 31 a 63). Esse estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, sob o parecer de número 5.635.845. A coleta foi realizada no mês de maio de 2023. Os resultados foram descritos em frequência absoluta e relativa e as análises foram realizadas no software Stata versão 16.0. Resultados: A análise demonstrou que dos participantes, 45 (80,35%) são do sexo feminino e 11 (19,64%) do sexo masculino, com idade média de 21 anos. Estão matriculados no primeiro ano 30 (53,57%) e 26 (43,43%) estão no segundo ano de curso. Com relação aos sintomas de ansiedade, apresentaram nível mínimo, 21 (37,5%); leve, 19 (33,93%); moderado, 9 (16,07%) e grave, 7 (12,50%). A frequência de ansiedade moderada e grave foi de 31,11% para o sexo feminino e 18,18% para o sexo masculino. Conclusão: Nossos achados corroboram com a literatura científica, que demonstra alta incidência de ansiedade em comparação à população geral da mesma faixa etária, com maior incidência no sexo feminino. |