Resumo |
Desde o início da civilização, as ervas aromáticas e especiarias são essenciais à nutrição humana. A pimenta-preta (Piper nigrum L.) é considerada o “rei das especiarias” devido à sua enorme participação comercial no mercado global. Os grãos de pimenta-preta estão sujeitos às contaminações por microrganismos na pós-colheita devido ao manuseamento inadequado. Espécies de bactérias do gênero Salmonella são patógenos que ameaçam a cadeia produtiva de pimenta-preta e, depois da contaminação, é possível que sobreviva por longos períodos. Esse gênero de bactéria se destaca por ocasionar doenças, devido a ingestão de alimentos contaminados e apresenta uma grande diversidade de sorotipos. Para a descontaminação microbiana de condimentos cujos princípios ativos são susceptíveis ao efeito de temperaturas altas, têm sido utilizados os tratamentos com irradiação gama e seu uso resulta em ervas e especiarias mais limpas e de melhor qualidade em comparação com as fumigadas. Embora seja regulamentada em numerosos países, essa técnica não encontrou aceitação por parte do consumidor, pois pode reduzir a composição nutricional de alguns alimentos, em determinadas condições. Os surtos associados a especiarias e grãos como pimenta-preta indicam que os atuais métodos de processamento podem ser inadequados para garantir a segurança microbiana desses produtos. O ozônio é um forte agente oxidante. Nas fases gasosa ou aquosa, o ozônio é capaz de inativar bactérias, bolores, leveduras, parasitas e vírus em concentrações relativamente baixas e em curto tempo de contato. Diante do exposto, o presente trabalho teve como objetivo determinar o tempo necessário para a descontaminação microbiológica dos grãos de pimenta-preta usando o ozônio. A exposição dos grãos ao ozônio foi feita por 24 e 48 h em delineamento inteiramente casualizado, com três repetições. Os bioensaios foram realizados em um protótipo de PVC, de 0,5 m de comprimento e 0,15 m de diâmetro. A pimenta-preta previamente contaminada com Salmonella sp. foi disposta em sachês de organza, e os mesmos distribuídos no interior da massa de grãos. Ao final das 24 e 48 h de exposição ao ozônio, foram feitas as análises microbiológicas. Observou-se a ausência de Salmonella em 25 g de amostra. Conclui-se que, o gás ozônio apresentou a capacidade de descontaminação da Salmonella sp. nos grãos de pimenta-preta. |