Resumo |
O alho (Allium sativum L.) é uma hortaliça rica em amido e substâncias aromáticas de alto valor condimentar que possui ação fitoterápica com diversas propriedades farmacológicas. O estado de Minas Gerais foi o maior produtor dessa cultura em 2021, com cerca de 7,5 mil hectares plantados, e em 2022, com cerca de 9 mil hectares. Entretanto, esse plantio enfrenta, como um dos seus maiores desafios, o controle de plantas daninhas, principalmente na fase inicial do cultivo. A aplicação de defensivos agrícolas na cultura do alho tem avançado em cada safra, mas ainda há poucos estudos sobre os modos de aplicação desses defensivos nessa cultura, sendo dois deles os chamados "somente ida" e o "ida e volta". No método "somente ida", a calda é aplicada em uma única direção. Já no método "ida e volta", a aplicação é dividida em duas partes iguais, o que permite reduzir a concentração do produto e aumentar a superfície de contato, minimizando possíveis danos às plantas. Essas informações são importantes para melhorar a eficiência e reduzir os efeitos negativos da aplicação de defensivos na cultura do alho. Assim, mais estudos são necessários para aprimorar as técnicas de aplicação e seus impactos nesse cultivo. O estudo metabolômico não-alvo permite estudar as mudanças nos perfis metabólicos de um organismo vivo em resposta a modificações genéticas, estímulos externos e/ou estressores. As respostas metabólicas indicam diferenças no perfil metabólico das plantas e oferecem uma visão sobre o quanto o modo de aplicação utilizado as afetou. Nesse contexto, o objetivo do trabalho foi avaliar as diferenças no perfil metabólico das plantas de alho que foram submetidas a diferentes métodos de aplicação de um defensivo agrícola. O experimento de campo foi conduzido na Unidade Experimental do Instituto de Pesquisa Agrícola do Cerrado (IPACER), onde as plantas foram tratadas com aplicações de flumioxazin (Flumyzin®) na dose de 20 mL/ha. O volume de calda foi de 300 L/ha, com aplicação realizada por bomba, com vazão e velocidade constante de 2 m/s e ponta com gota média. O material da análise metabolômica foi extraído de folhas das plantas, as amostras foram secas e posteriormente derivatizadas para leitura em cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas. Deste modo foi possível identificar a influência do método de aplicação do herbicida na produção de metabólitos na planta sendo encontrados diferentes grupos químicos de compostos que estão em maior ou menor abundância em cada tratamento, indicando a resposta das plantas aos diferentes volumes de calda. As diferenças metabólicas encontradas por tratamento podem explicar as injúrias nas folhas do alho, trazendo informações valiosas sobre a interação defensivo agrícola-planta e assim ajudar a identificar o melhor modo de aplicação desses compostos no campo. |