Resumo |
O consumo de cereais integrais tem crescido nos últimos anos com objetivo de reduzir o risco de distúrbios metabólicos, sendo essenciais para uma alimentação balanceada e para a melhora da qualidade de vida. O milheto, Pennisetum glaucum (L.) R. Br., vem se destacando devido à altas concentrações de nutrientes e compostos bioativos, que podem variar de acordo com o genótipo, às condições climáticas, solo e tipo de processamento. A germinação e a extrusão são processamentos que podem melhorar a biodisponibilidade dos nutrientes do grão. Esse cereal ainda é pouco utilizado na alimentação humana, assim, faz-se necessário a avaliação da influência da germinação e extrusão na concentração de aminoácidos, ácidos graxos e vitaminas, para que o consumo desse alimento seja estimulado. Assim, o objetivo do trabalho foi determinar o perfil de aminoácidos, ácidos graxos e vitaminas em grãos de milheto (Pennisetum glaucum (L.) R. BR.) convencional, extrusado e germinado. Os grãos de milheto foram fornecidos pela Embrapa, sendo submetidos à extrusão e a germinação para a produção das farinhas. A análise de aminoácidos foi feita de acordo com os métodos propostos pela AOAC (2016) e LIU et al (1995). Os ácidos graxos foram quantificados por cromatografia gasosa GC 2010 Plus. A análise de vitamina E, vitamina C e carotenoides foi feita por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE). Os dados das farinhas foram comparados pelo teste ANOVA e post-hoc de Tukey, a 5% de significância e as análises estatísticas foram realizadas no software GraphPad Prism, versão 9.0. Em comparação à farinha de milheto convencional, a extrusão aumentou (p<0,05) a concentração de aminoácidos essenciais como o triptofano, treonina, valina, lisina, isoleucina, leucina fenilalanina e histidina. Além disso, reduziu (p<0,05) o conteúdo dos ácidos graxos oleico, linoleico e eicosanoico, além do conteúdo de vitamina E e vitamina C. A germinação aumentou (p<0,05) o conteúdo dos aminoácidos essenciais treonina, valina, lisina, leucina e fenilalanina, as concentrações de ácidos graxos linoleico e linolênico e o conteúdo de vitamina C. Além disso, esse processamento reduziu (p<0,05) o teor de ácido palmítico e vitamina E. Não foi observada a presença de carotenoides em nenhuma farinha avaliada. Pode-se concluir que os processamentos interferiram na concentração dos nutrientes, sendo a germinação o processamento que influenciou de forma mais significativa, uma vez que aumentou o conteúdo de vitamina C, ácidos graxos poli-insaturados e aminoácidos essenciais. |