Resumo |
Em tempos de presença maciça dos avanços tecnológicos por meio de ferramentas que visam facilitar o cotidiano dos cidadãos, algumas discussões, no âmbito da educação, imperam-se, como as que versam sobre as Tecnologias da Informação (TIC), as Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC), as Mídias Digitais, as Ferramentas Digitais, o Pensamento Computacional, o Letramento Digital e as Competências Digitais. Este trabalho tem enfoque nas competências digitais, que, de certo modo, abarca todos esses demais tópicos elencados. O estudo parte do Quadro Europeu de Competência Digital para Educadores (DigCompEdu), documento criado, em meados de 2017, pelo Joint Research Centre (JRC) da Comissão Europeia, o qual contém um framework destinado a avaliar o nível de proficiência digital dos docentes. Assim, a pesquisa, além dos temas supracitados, está amparada também em marcos teóricos como desenvolvimento profissional contínuo e pedagogia colaborativa, abordados por Leite (2018, 2022), Lira (2016), Vieira Pinto (2005) e Valente (2013, 2019). Norteia-se, ainda, pela seguinte questão: Qual o nível de proficiência de competência digital predominante dos docentes da Unidade? Para fins de pesquisa de campo, foram escolhidos os docentes de uma escola pública de ensino superior do Eixo Educação Profissional Tecnológica (EPT), situada na cidade de Cruzeiro, interior de São Paulo. De modo online, a amostra de professores (70% da população pesquisada) respondeu a um questionário com perguntas fechadas. Os primeiros resultados da pesquisa revelaram que os professores da referida Unidade têm procurado participar de capacitações formativas referentes às tecnologias digitais e se valem da internet para assistirem a tutorias que ensinem a usar ferramentas tecnológicas educacionais de seu interesse. Quanto aos níveis de proficiência propostos pelo DigiCompEdu, o grupo se encontra entre Integrador, Especialista e Líder, com predominância (61%) no nível Especialista, ou seja, usam uma variedade de tecnologias com segurança, fazem uma curadoria de ferramentas adequadas para situações específicas, buscam as vantagens e desvantagens de cada ferramenta, são curiosos no sentido de querer experimentar novas estratégias e estão dispostos a inovar. Percebe-se, então, que os professores pesquisados estão bem alinhados com o uso das tecnologias na educação, bastando um pouco mais de capacitação para que elevem o nível para Pioneiros, nível máximo em que docente domina completamente as competências digitais, inova suas estratégias pedagógicas a partir do ferramental disponível e se torna multiplicador dessas práticas para quem é um recém-chegado, nível inicial. Evidentemente que essa progressão de nível não depende unicamente do professor, mas envolve também aspectos institucionais que vão desde infraestrutura adequada a apoio pedagógico que mantenha o docente engajado em aprimorar suas competências digitais. |