"Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável"

24 a 26 de outubro de 2023

Trabalho 18218

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Ensino médio
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática História
Setor Instituto de Ciências Humanas e Sociais - Campus Florestal
Bolsa BIC-Júnior
Conclusão de bolsa Sim
Primeiro autor Raquel Ventola Marra
Orientador JOSE LEANDRO PETERS
Título Religião e política: Brasil, 1920-1940 – o caso de Nossa Senhora Aparecida.
Resumo No período de transição da Primeira República (1889-1930) para a Era Vargas (1930-1945), pode-se ver uma reunificação entre o Estado Brasileiro e a Igreja Católica. Tal relação estava abalada pela Nova República com a promulgação da Carta Constituinte de 1891 e a instituição do Estado laico. Assim, novas igrejas e novas religiões foram permitidas e implantadas, gerando um afastamento entre o Estado e a Igreja Católica. A partir da necessidade do Estado de implantar um sentimento nacionalista de identidade no povo brasileiro e da Igreja católica de afirmar seu lugar no Brasil ocorreu a reaproximação entre essas instituições nos anos de 1920/40. A partir deste contexto, o objetivo dessa pesquisa é compreender como o processo de aclamação de Nossa Senhora Aparecida como rainha e padroeira do Brasil serviu para tal reaproximação. Ginzburg (2007) afirma que por trás da história oficial predominante existem diversos vestígios do contexto sócio-histórico que foram relegados a um segundo plano que merecem ser investigados. Buscando tais vestígios, como se fossem os “fios de um tapete” (GINZBURG, 2007), está sendo realizada uma pesquisa documental de notícias publicadas no “Estado de São Paulo” (Estadão), “O Globo” e “Folha de São Paulo” entre os anos 1920/40. As palavras chaves usadas foram: “Nossa Senhora”, “Apparecida” e “Padroeira do Brasil”. Após a leitura das notícias, foram selecionadas 62 que tratavam do tema. Tais notícias foram analisadas a partir dos vestígios de como a Nossa Senhora Aparecida era tratada como rainha dos brasileiros, como eram apresentados os acontecimentos históricos para a população na época e como a aclamação da Padroeira, em 1930 pelo Papa Pio XI, foi recebida pelos brasileiros. Os resultados indicam que a imprensa apontava que todos os bons acontecimentos que ocorriam aos brasileiros eram por conta de Nossa Senhora e que a mesma os protegeria, independente da ocasião, desde que tivessem fé. Num Brasil fragilizado politicamente, aconteciam diversas romarias à cidade de Aparecida aumentando a popularização da devoção à Virgem. Nossa Senhora se tornou símbolo de esperança e consenso entre os católicos brasileiros. Em 1928, com o apoio de Júlio Prestes, foi aprovado o projeto que criou o município de Aparecida. A cerimônia de emancipação do município foi marcada para 08/09/1929, junto com o Jubileu de 25 anos de Coroação da Imagem de Aparecida. Em maio de 1931, teve a procissão da Padroeira na capital Rio de Janeiro e Getúlio Vargas posou ao lado da imagem de Nossa Senhora buscando representar a reaproximação da igreja e do Estado. O Estado buscando ampliar o número de brasileiros que fossem tomados pela fé na Virgem transmitiu a cerimônia de sua coroação para toda a população. Conclui-se que a devoção do povo brasileiro à Virgem foi utilizada para desviar a atenção da população de problemas sociais e econômicos que aconteciam na época, bem como dar credibilidade aos governantes que buscavam associar sua imagem à da Virgem.
Palavras-chave Religião, política, Nossa Senhora Aparecida
Forma de apresentação..... Vídeo
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