"Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável"

24 a 26 de outubro de 2023

Trabalho 18153

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Linguística
Setor Departamento de Letras
Bolsa CNPq
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro CNPq
Primeiro autor João Vitor Ferreira Rivelli
Orientador MONICA SANTOS DE SOUZA MELO
Título Cracolândia intermitente e aporofobia: uma análise semiolinguística das publicações do Padre Júlio Lancelotti sobre a Cracolândia no Instagram e suas recepções
Resumo A presente pesquisa, financiada pelo CNPq, aborda o debate em trono da Cracolândia paulistana nas redes sociais. São conhecidos os problemas de desigualdade social na cidade de São Paulo. Há um grande número de pessoas em situação de rua e há agrupamentos mais específicos que surgiram em torno do consumo de drogas, conhecidos como Cracolândia. Esses agrupamentos, que não têm um local fixo, despertam posicionamentos diversos na população brasileira, que variam entre a defesa pelas operações policiais que espalham essas pessoas e, por outro lado, pela assistência social aos frequentadores. O padre Júlio Lancelotti se coloca nesta última posição através de suas redes sociais e caracteriza a opressão policial como aporofóbica, ou seja, uma ação que visa apenas o afastamento dessas pessoas sem solucionar de fato o problema. O objetivo deste trabalho é analisar discursivamente esse debate, a partir das publicações do padre Júlio Lancelotti no instagram e dos comentários nessas postagens, tendo em vista sua influência e ampla abordagem desse assunto nessa rede. O período contemplado é o primeiro semestre de 2022, já que ocorrem operações policiais e movimentação dos frequentadores da Cracolândia entre a rua Helvétia, onde tradicionalmente se concentram, e a Praça Princesa Isabel. Além disso, analisamos dados mais recentes do local e buscamos entender a história de origem da Cracolândia. Para tal, utilizamos uma metodologia qualitativa, interpretando os aspectos sociais a partir de artigos e dados sobre a Cracolândia, além de aspectos discursivos, utilizando, principalmente, a Análise Semiolinguística do Discurso de Patrick Charaudeau. Tal teoria entende que os participantes de uma situação de comunicação são seres psicológicos e sociais, sendo o locutor um “EU comunicante” (ser social) que performa um “EU enunciador” (ser de fala) para um “TU destinatário” (ser de fala), que pode ser diferente do “TU interpretante” (ser social). Há então um ambiente interno, espaço do dizer, e um ambiente externo, espaço do fazer. A partir da nossa análise constatamos que o instagram de Lancelotti é uma fonte documental para o que ocorre na Cracolândia, visto que ele utiliza essa rede para registar fotos e descrever os acontecimentos no local. Suas publicações priorizam a assistência social, ao invés das operações policiais que se mostraram ineficazes em lidar com os problemas, considerando que as pessoas sempre retornam. Quanto aos comentários, há uma maioria interpretante que concorda com os argumentos do padre, a partir de uma abordagem da ordem do ético, sensível a situação das pessoas que ali frequentam. Por outro lado, analisando os comentários discordantes, presentes nas publicações do padre e em noticiários do Youtube, observamos o predomínio de argumentos pragmáticos, concordando com as operações policiais, enfatizando a questão da segurança e generalizando os frequentadores da Cracolândia como perigosos e que, portanto, não merecem compaixão.
Palavras-chave Cracolândia paulistana, Redes Sociais, Análise do discurso
Forma de apresentação..... Vídeo
Link para apresentação Vídeo
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