Resumo |
Introdução: A Diabetes Mellitus (DM) é uma Doença Crônica Não Transmissível, de caráter multifatorial, caracterizada por uma hiperglicemia persistente, causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio esse que regula a glicose no sangue. No Brasil, estima-se uma prevalência de 7,7% na população, com expectativa de aumento até 2030. Por seu caráter multifatorial, está diretamente associada a maiores valores de Indice de Massa Corporal (IMC) e Circunferência da Cintura (CC). O aumento dos níveis desses indicadores antropométricos tem relação com o acúmulo de gordura visceral, que corrobora para o aumento da resistência à insulina. Atualmente, no Brasil, o monitoramento e controle da DM é realizado, principalmente, pela Atenção Primária a Saúde (APS). Objetivo: Analisar o efeito dos indicadores antropométricos em pessoas diagnosticados com DM acompanhados pela APS. Metodologia: estudo transversal, realizado com 59 indivíduos com diagnóstico de DM, cadastrados e acompanhados nas diferentes Unidades de APS, do município de Viçosa, MG, durante o período de janeiro a maio de 2023. A coleta de dados aconteceu por meio de aplicação de questionário semiestruturado e adaptado para a população de estudo, contendo questões sociodemográficas, condições de saúde, hábitos de vida e avaliação antropométrica (peso, altura, IMC e CC). Todos os entrevistadores foram devidamente capacitados para a aplicação do questionário. A análise estatística foi realizada por meio de análises de frequência e regressão linear múltipla. Todas as análises foram realizadas no Software SPSS. Resultados: A maioria das pessoas são do sexo feminino (81,4%) e negros (40,7%). A média de idade da população analisada é de 63,71 anos (σ=15,223) e a maioria dos indivíduos possuem como nível de escolaridade o fundamental incompleto (57,6%). A porcentagem do tempo de diagnóstico de DM para menos de 1 ano foi de 8,5%; de 1 a 5 anos de 23,7%; de 5 a 10 anos de 20,3% e maior de 10 anos de 44,1%. A média de peso dos indivíduos foi de 74,72 Kg (σ=21,52). A média de IMC foi de 31,98 kg/m² (σ=11,07), bem como a média da CC medida pelo ponto médio foi de 101,85 cm e a CC medida pela cicatriz umbilical de 98,55, indicando sobrepeso e risco aumentado de complicações cardiovasculares. O IMC se associou positivamente à circunferência da cintura em indivíduos diagnosticados com DM, sendo que quando aumenta em 1 centímetro a circunferência da panturrilha, aumenta os níveis de IMC em 0,75 kg/m² (p<0,00). Conclusão: os achados deste estudo demonstram que elevados níveis de IMC e de CC se relacionam positivamente com o diagnóstico de DM. Nesse sentido, destaca-se a necessidade de monitoramento adequado desse grupo populacional, visando o cuidado integral e interprofissional, a partir da APS, com ênfase nas atividades de educação nutricional, estimulando assim, o autocuidado e o empoderamento, com o objetivo de reduzir possíveis complicações. |