Resumo |
Objetivou-se avaliar o desempenho zootécnico, a qualidade dos ovos e o tempo em imobilidade tônica de codornas japonesas na fase de postura alojadas em gaiolas sob diferentes densidades com uso ou não de enriquecimento ambiental. Foram utilizadas 224 codornas japonesas (Coturnix coturnix japonica) distribuídas em delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial 2 x 2 (duas densidades de alojamento – 122,7 e 157,8 cm²/ave; com e sem enriquecimento ambiental) com sete repetições com nove e sete codornas em cada repetição, respectivamente, durante 63 dias (três ciclos de 21 dias cada). Nas gaiolas com enriquecimento ambiental foi utilizado tecido de TNT (trinitrotolueno) de cor azul no fundo da gaiola simulando a proteção do “ninho” para a postura. Foram avaliados os parâmetros de desempenho zootécnico (consumo de ração; produção de ovos-ave/dia; produção de ovos comercializáveis; massa de ovos; conversão alimentar por dúzia e por massa de ovos e viabilidade das aves), a qualidade física dos ovos (peso, peso específico, porcentagem dos componentes: gema, albúmen e casca) e o grau de estresse pelo tempo em imobilidade tônica. Os resultados, média dos três ciclos de 21 dias, foram submetidos à análise de variância utilizando-se o software estatístico Sisvar. Foi adotado modelo incluindo os efeitos da densidade (cm²/ave), do enriquecimento ambiental e da interação entre esses fatores. O enriquecimento ambiental nas gaiolas não influenciou os parâmetros de desempenho zootécnico. A adoção da menor densidade de alojamento: 157,8 cm²/ave (7 aves/gaiola), melhorou os parâmetros de desempenho zootécnico, as codornas produziram maior quantidade diária de ovos e maior porcentagem de ovos comercializáveis com melhor conversão alimentar tanto por massa quanto por dúzia de ovos. O peso específico, a porcentagem de albúmen e a espessura de casca dos ovos foram influenciados de forma independente pela densidade de alojamento, a menor densidade promoveu significativamente maiores valores para os três parâmetros. O desdobramento da interação do efeito do enriquecimento em cada densidade demonstrou que os ovos das codornas alojadas em gaiolas sob a maior densidade (122,7 cm²/ave) e não enriquecidas apresentaram maior porcentagem de gema e as codornas alojadas sob a menor densidade sem enriquecimento apresentaram maior porcentagem de casca. O tempo em imobilidade tônica das codornas alojadas em gaiolas sob duas densidades com e sem enriquecimento ambiental não foi alterado. Conclui-se que a menor densidade de alojamento, sete codornas por gaiola (157,8 cm²/ave), independentemente da utilização de enriquecimento ambiental, proporciona melhor desempenho zootécnico e qualidade de ovos, contudo, não interfere no tempo em imobilidade tônica das codornas na fase de postura. |