Resumo |
No Brasil, a alimentação de frangos de corte é composta principalmente por milho e farelo de soja. Contudo, esses ingredientes possuem em sua composição constituintes que não podem ser digeridos pelas aves, como os polissacarídeos não amiláceos (PNAs), macromoléculas resistentes à hidrólise no trato gastrointestinal, que impactam no aproveitamento da energia da dieta, uma vez que mantêm nutrientes complexados em seu interior, impossibilitando a sua digestão pelas aves. Assim, a utilização de enzimas exógenas que degradem os PNAs é uma abordagem justificada, podendo melhorar a digestibilidade dos nutrientes e, consequentemente, aumentar o desempenho produtivo e reduzir os custos de produção. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do uso de 06 diferentes carboidrases exógenas sobre o desempenho de frangos de corte no período de 8 a 35 dias de idade. Os procedimentos realizados neste estudo foram aprovados pela Comissão de Ética no Uso de Animais de Produção (CEUAP-UFV). O experimento foi realizado no Setor de Avicultura da Universidade Federal de Viçosa, entre outubro e novembro de 2022. Foram utilizados 1620 pintos machos de corte, de 8 dias com peso médio de 247,11 gramas. Os animais foram pesados e distribuídos em um delineamento inteiramente casualizado de 9 tratamentos com 9 repetições e 20 animais por unidade experimental, totalizando 81 boxes. O período experimental total de 8 a 35 dias foi dividido em duas fases: inicial, de 8 a 21 dias de idade e final, de 21 a 35 dias. Foram formuladas 03 dietas basais para as fases de 8 a 21 e de 21 a 35 dias de idade, com reduções dos níveis de Energia Metabolizável (EM): T1: 2950 EM (C1); T2: 3040 EM (C2); T3: 3130 EM (C3) na fase inicial, e T1: 3040 EM (C1); T2: 3130 EM (C2); T3: 3220 EM (C3) na fase final. Os demais tratamentos para ambas as fases foram: T4: C1 + Carboidrase 1; T5: C1 + Carboidrase 2; T6: C1 + Carboidrase 3; T7: C1 + Carboidrase 4; T8: C1 + Carboidrase 5; T9: C1 + Carboidrase 6. Os parâmetros avaliados foram o consumo de ração (CR, g/ave), o ganho de peso (GP, g/ave), e a conversão alimentar (CA, kg/kg) aos 21 e aos 35 dias de idade. Os dados obtidos no ensaio foram submetidos à ANOVA e aos testes Tukey e Dunnett ao nível de 5% de significância. Na fase inicial (8-21d), o tratamento 6 obteve a maior média para CR e CA e os tratamentos 1 e 4 obtiveram as menores médias para GP e PC aos 21 dias. Na fase final (21-35d), as maiores médias para as variáveis GP e PC foram encontradas nos tratamentos 3 e 2, respectivamente e o tratamento 3 obteve a menor média para CA. Na fase experimental total (8-35d), o tratamento 6 apresentou a maior média para CR e os tratamentos 3 e 2 obtiveram as maiores médias para GP e PC e menores para CA aos 35 dias, respectivamente. Pode-se concluir que o benefício esperado das carboidrases exógenas sobre o desempenho e nos valores de equivalência em EM foi aquém do esperado. Uma explicação pode ser milho e farelo de soja com baixa quantidade de PNAs. |