Resumo |
Introdução: A Hipertensão Arterial (HA) é uma doença caracterizada pelos níveis elevados de pressão sanguínea nas artérias, sendo um dos principais fatores de risco para a ocorrência de acidente vascular cerebral, infarto, aneurisma arterial e insuficiência renal e cardíaca. No Brasil, a HA atinge mais de 38 milhões de pessoas e no mundo, aproximadamente 1,28 bilhões. Dada a sua elevada frequência na população geral e a sua natureza multifatorial, o diagnóstico e manejo adequados acontecem, majoritariamente, no âmbito da Estratégia de Saúde da Família (ESF), com ênfase nas ações de prevenção de agravos e promoção da saúde, focadas na análise do consumo alimentar, indicadores antropométricos e condições gerais de saúde. Objetivo: Analisar os efeitos dos indicadores antropométricos na progressão da HA em indivíduos com diagnóstico da doença no contexto da ESF. Metodologia: Estudo transversal, realizado com 141 indivíduos diagnosticados com HA, acompanhados pelas equipes da ESF do município de Viçosa, Minas Gerais, de janeiro a abril de 2023. A coleta de dados aconteceu por meio de aplicação de questionário semiestruturado e adaptado para a população de estudo, contendo questões sociodemográficas, condições de saúde, sinais e sintomas apresentados, avaliação clínica com aferição de pressão arterial sistólica e diastólica e também as medidas antropométricas, que foram a Circunferência da cintura (CC), circunferência da panturrilha, peso, altura e o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC). Todos os entrevistadores foram devidamente capacitados para a aplicação do questionário. Os exames bioquímicos foram obtidos por meio de prontuários físicos e pelo e-SUS. A análise estatística foi realizada por meio de análises de frequência e regressão linear múltipla. Todas as análises foram realizadas no Software SPSS. Resultado: A média de idade foi de 66,09 anos (DP=14,36), a média do IMC foi de 30,703 (DP=9,715) e a média da CC foi de 98,90 cm (DP=13,95) caracterizando a população de estudo como majoritariamente idosa e com obesidade. A circunferência da cintura foi positivamente associada ao IMC, sendo que o aumento da CC em 1 cm, aumenta o IMC em 0,419 kg/m² (p<0,001). Enquanto o aumento em 1 ano da idade, diminui o IMC em 0,10 kg/m² (p=0,035). Conclusão: os achados do estudo evidenciam a associação estatística significativa entre o IMC e a circunferência da cintura e também em relação a idade, além disso a média do IMC está dentro da faixa classificada como obesidade, e sabe-se que essa condição é um fator de risco para o surgimento e agravamento da HA. Dessa forma, faz-se necessário não apenas o diagnóstico da doença, mas o monitoramento dos fatores de risco para o surgimento e progressão da no contexto da APS, a fim de reduzir os efeitos adversos e prevenir o surgimento de outras patologias associadas a esta, visando uma melhoria na qualidade de vida. |