Resumo |
O treinamento com restrição de fluxo sanguíneo foi criado entre as décadas de 60 e 70, no Japão, pelo professor Yoshiaki Sato e denominado como kaatsu training. Esse modelo de treino, posteriormente chamou a atenção da comunidade cientifica aproximadamente na década de 90, uma vez que se mostrava eficiente utilizando baixas carga de treinamento, sendo benéfico principalmente para aquelas pessoas que não suportam altas cargas de treino. Os protocolos consistem em utilização de baixa intensidade, juntamente com a oclusão ou restrição parcial do fluxo sanguíneo através de manguitos pneumático na parte mais proximal do membro. Além disso, usualmente são utilizados maiores volumes de treino. Tendo isso em vista, o objetivo deste trabalho foi identificar quais são as intensidades do exercício e da restrição de fluxo sanguíneo mais usuais em que as adaptações morfológicas de hipertrofia são mais evidentes, além de descrever quais são os possíveis mecanismos sinalizadores do aumento da área de secção transversa do musculo. Para atingir tais objetivos o presente trabalho trata-se de uma revisão sistemática a qual seguiu as diretrizes do PRISMA. AS buscas foram realizadas em três bases de dados diferentes em 5 de abril de 2022, utilizando os descritores ("blood flow restriction" OR "vascular occlusion") and training AND ("skeletal muscle" OR muscle OR hypertrophy”). Dentre os principais resultados após a triagem dos artigos, aproximadamente, 56% apresentaram hipertrofia seguido do ganho de força,16% apresentaram apenas hipertrofia, 12% somente ganho de força e outros 15% nem um benefício funcional. Em relação os protocolos de restrição de fluxo sanguíneo a porcentagem da pressão de oclusão total do membro foi a mais utilizada, sendo 40 – 80% a faixa que mais se destacou. A intensidade dos exercícios que em maior número apresentou-se foi na faixa de 10 – 30% de 1 Repetição máxima (RM). Em relação aos mecanismos que possivelmente levaram a hipertrofia se destacaram em maior número o estresse metabólico, como principal mecanismo do processo anabólico. Deste modo realizamos as considerações finais sobre o treinamento com restrição de fluxo sanguíneo, que por sua vez se mostrou ser eficiente para promover adaptações de hipertrofia mesmo com intensidades baixas de 10 – 50 % 1 RM, em relação aos protocolos de restrição de fluxo sanguíneo, a utilização da pressão de oclusão total se destacou por ser um método individualizado mais seguro, a faixa de 41 – 80 % foi a mais usual. Os potenciais mecanismos relacionados a hipertrofia ainda não são totalmente esclarecidos para esse modelo de treinamento, entretanto parece que o acúmulo de metabolitos causado pela restrição do fluxo sanguíneo e a hipoxia tecidual estimula vários processos anabólicos de forma sistêmica, dependente de sinalização hormonal endócrina e fatores mecânicos causados pelo inchaço muscular. |