Resumo |
Esse trabalho tem o objetivo analisar as mudanças no modo de habitar na região de Juiz de Fora entre os séculos XVII e XVIII. Essa região foi escolhida devido às trocas culturais existentes desde o período pré colonial. A cronologia em questão nos permite estudar as ocupações indígenas e os povoamentos agrícolas do Caminho do Ouro, que originaram a cidade de Juiz de Fora. Buscamos entender se a ocupação Tupinambá do local de estudo constituia-se como moradia ou somente rota migratória. Busca-se ainda analisar as alterações paisagísticas e arquitetônicas ocorridas na região para compreender as formas de habitar e como essas transformações afetam os meios de subsistência, economia, costumes, estrutura social e qualidade de vida dos habitantes. Através de uma pesquisa descritiva e explicativa, utilizando métodos comparativos, histórico e hipotético dedutivo, analisa-se dados bibliográficos e documentais, levantando-se a história da ocupação da região da Zona da Mata, os processos de urbanização e de mudanças da paisagem. A região de Juiz de Fora abriga os sítios arqueológicos Teixeira Lopes e Emílio Barão, que são estudados desde 2000, apresentando vestígios de ocupação Tupinambá. Análises parciais mostram que essa região apresenta diversas fases de ocupação: indígena, agrícola e industrial, com diferentes formas de construir, manejar recursos e perceber o ambiente. A paisagem modificada e os traços fósseis nos levam a entender a formação geomorfológica e social anterior e atual. A partir do estudo da arquitetura, da relação espacial com o território e do meio, almeja-se compreender as mudanças nas construções e na paisagem, buscando-se entender como ocorreu a transição do espaço que abrigava aldeias para o espaço de abrigar povoados. Nota-se que a topografia, hidrografia e a geologia influenciaram a escolha dos locais de assentamento, pois o espaço físico precisava auxiliar as atividades dos diferentes grupos, desde a busca de recursos de sobrevivência até a mobilidade logística. Com a corrida do ouro novas rotas foram abertas, trazendo outros moradores para locais habitados pelos indígenas, depois vemos a repartição das terras entre agricultura e “datas” minerais. Surgiram vilas com arquitetura colonial, construções de taipa de mão, arquitetura vernacular, substituída posteriormente por alvenaria de pedra e tijolos de adobe. Por fim os dados do trabalho serão reproduzidos em um documento textual e imagens computadorizadas em 2D e 3D dos tipos e habitações encontrados, fornecendo material para educação básica, superior e patrimonial pois as formas de habitar não podem ser esquecidas com o tempo. |