Resumo |
O milho (Zea mays L.) é o alimento mais consumido no mundo. Em 2021, foram produzidas 1,21 bilhão de toneladas desse grão, que foi cultivado em 205,87 milhões de hectares. Os maiores produtores mundiais de milho são Estados Unidos, China, Brasil, Argentina e Ucrânia. A cigarrinha do milho Dalbulus maidis (Hemiptera: Cicadellidae) é a principal praga das lavouras de milho no Brasil. Os danos são causados a partir da sucção da seiva, da injeção de toxinas e da transmissão de patógenos. Em virtude de sua capacidade de transmitir patógenos às plantas de milho, pode causar perdas de até 70% no rendimento da lavoura. Compreender como o clima afeta a cigarrinha do milho permite traçar estratégias para o seu manejo. As variáveis meteorológicas são os principais fatores que regulam o tamanho das populações de pragas nas lavouras, pois afetam sua sobrevivência, crescimento, reprodução e comportamento. Assim, o objetivo deste trabalho foi analisar os efeitos dos elementos climáticos sobre a cigarrinha do milho D. maidis. Para tanto, foi avaliada a densidade de D. maidis em lavouras comerciais de milho em Formoso do Araguaia e Gurupi, Tocantins, durante dois anos. As avaliações foram realizadas semanalmente, em 50 plantas distribuídas ao longo da área de cada lavoura, em todos os estágios fenológicos da cultura. Foram coletados os dados climáticos diários da temperatura média do ar, precipitação pluviométrica, umidade relativa do ar e velocidade dos ventos das estações meteorológicas, próximas às lavouras, do Instituto Nacional de Meteorologia. A análise dos dados foi realizada usando um modelo de rede neural artificial no programa R. Verificou-se aumento da densidade de D. maidis em função do aumento da temperatura média do ar e em situações de baixa velocidade dos ventos. À medida que a velocidade dos ventos aumenta, a curva de densidade de D. maidis atinge um platô. No entanto, houve uma diminuição da densidade de D. maidis em resposta à precipitação pluviométrica e à umidade relativa do ar. Assim, em épocas e locais mais quentes, secos e com menos ventos são maiores os riscos de ataque de D. maidis. |