Resumo |
Introdução: violência obstétrica refere-se a conduta violenta no contexto do trabalho de parto e nascimento. Situações onde a parturiente se encontra fragilizada e sobrecarregada, consequentemente mais vulnerável a tal situação. Vê-se então, de forma imprescindível a presença de alguém dotado dos conhecimentos científicos e éticos, além dos direitos da mulher durante todo o processo de nascimento, de modo a resguardar a dignidade da paciente. Objetivos: identificar na literatura o papel do profissional de Enfermagem na prevenção da violência obstétrica. Metodologia: Trata-se de uma revisão narrativa da literatura, realizada em junho de 2023, nas bases de dados: Scielo, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e PubMed. Para a busca dos artigos foram utilizados os seguintes descritores: Violência Obstétrica; Cuidados de Enfermagem; Prevenção, unidos pelo operador booleano “and”. Foram encontrados 22 artigos, sendo selecionados 5 para este estudo. Resultados: existem várias discussões sobre o conceito de violência obstétrica levando em consideração diferentes formas de agressão que estão relacionadas a essa problemática. A violência psicológica é uma das formas mais comuns nesse contexto e compreende comportamentos como tratamento grosseiro, ironias, ameaças e imposição de decisões. Além disso, a violência física também está presente, manifestando-se na negação do alívio da dor durante o trabalho de parto. A violência sexual, caracterizada pelo estupro e assédio sexual, também está relacionada a essa definição, assim como a negligência, que ocorre quando há ausência de atendimento adequado. Sendo uma figura próxima e envolvida no cuidado das gestantes, o enfermeiro desempenha um papel fundamental na identificação precoce dessas formas de violência. Esse profissional deve estar sensibilizado e capacitado para reconhecer os indicadores, promovendo a proteção e o bem-estar das mulheres durante o processo de nascimento. Nesse contexto, torna-se fundamental adotar um acolhimento mais humanizado em relação às gestantes, levando em consideração que essa abordagem não apenas fomenta a troca de experiências, mas também fortalece o laço entre a paciente e o profissional de enfermagem. Esse vínculo, construído com base na confiança, empatia e respeito mútuo, desempenha um papel primordial na redução das inseguranças e desconfortos vivenciados pelas parturientes, proporcionando um ambiente seguro, acolhedor e isento de violência obstétrica. Conclusões: reconhece-se a importância do enfermeiro diante do enfrentamento da violência obstétrica. Sua contribuição no cuidado íntegro tem um impacto direto na prevenção desse problema. Através de uma abordagem respeitosa, atenta aos sinais de violência e com uma formação adequada, o profissional de enfermagem garante que uma intervenção adequada seja realizada, respeitando a autonomia da mulher. |