Resumo |
A soja é um dos principais cultivos agrícolas do Brasil, com uma produção anual que gira em torno de 130 milhões de toneladas, o que representa uma parcela significativa da economia do país. Nos últimos anos, tem havido um aumento na frequência e intensidade de eventos de seca em algumas das principais regiões produtoras de soja do Brasil. Um artigo de 2018 publicado no Journal of Climate observou que a seca na região Centro-Oeste do Brasil, que é responsável por cerca de 40% da produção de soja do país, se tornou mais frequente e severa nas últimas décadas. Isso pode afetar negativamente o rendimento da soja, reduzindo a produção. Além disso, a seca pode afetar negativamente a qualidade do grão de soja, reduzindo seu tamanho e teor de óleo, o que pode afetar a rentabilidade dos agricultores. Nesse contexto, as bactérias promotoras de crescimento são microrganismos benéficos que podem ajudar as plantas a se desenvolverem melhor, especialmente em condições de estresse ambiental, como a seca e por isso as pesquisas sobre esses organismos têm se intensificado nos últimos anos. Sendo assim, nesse trabalho foram isoladas 16 bactérias k-estrategistas cultivadas no meio R2A composto de Fosfato de Potássio 0,3; Sulfato de Magnésio 0,05g; Extrato de levedura 0,5g; Peptona 0,5g; Casaminoácido 0,5g; Dextrose 0,5g e Amido 0,5g e Piruvato 0,5g; todos diluídos em 1(um) litro de água destilada. Em seguida, elas foram padronizadas para a densidade ótica de 0.1. As sementes que ficaram em crescimento no papel germitest por 5 dias, foram submersas nas bactérias que estavam em placas estéreis durante 1 hora. Em seguida, as sementes foram levadas para a casa de vegetação e postas em sementeiras de maneira aleatória. Como controle foi utilizado o inoculante comercial Rhizokop. Na casa de vegetação as plantas foram crescidas por 14 dias e logo depois iniciado o estresse hídrico. Para isso foi utilizado polietileno glicol 6000 misturado com água destilada, na proporção de 10%. Em seguida, foram colocados 30 ml de água nos tratamentos normais e 30 ml de PEG nos tratamentos de estresse. O experimento teve a duração de 45 dias. Ao final do estudo, foi constatado que as plantas de soja que receberam a inoculação das bactérias apresentaram estatisticamente características superiores às plantas que não foram submetidas a esse tratamento. Em comparação direta, as plantas de soja inoculadas com as bactérias demonstraram uma área foliar maior, um tamanho radicular mais desenvolvido e um aumento no tamanho do caule, além de nodulação em algumas raízes. Esses resultados sugerem que a presença das bactérias selecionadas teve um impacto positivo na capacidade de enfrentamento das plantas de soja diante das condições de estresse hídrico. Acredita-se que as bactérias tenham desempenhado um papel crucial na melhoria da resposta fisiológica e adaptativa das plantas, permitindo assim, enfrentar de maneira mais eficiente os desafios impostos pelo racionamento de água. |