Resumo |
O câncer pode ser definido como uma doença provocada pelo crescimento e multiplicação descontrolados de células anormais no corpo. Essas células cancerosas possuem a capacidade de invadir outros tecidos, e, com isso, formar metástases, o crescimento de um novo tumor a partir de um primário. O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres. Dentre os fatores de risco para o desenvolvimento da doença, há a má alimentação, com o consumo de alimentos ricos em AGE. Os Produtos Finais de Glicação Avançada (do inglês Advanced Glycation End-Products, AGES) são compostos formados por meio de uma reação não enzimática, de um açúcar redutor, com o grupamento amina livre de proteínas, ácidos nucléicos e lipídeos. Essas substâncias estão naturalmente presentes em alimentos não cozidos de origem animal e, o cozimento em alta temperatura ou calor seco resulta na formação de maiores quantidades desses compostos nos alimentos. O AGE está ligado ao estresse oxidativo, inflamação, propiciando o surgimento de várias doenças crônicas, entre elas, o câncer. Assim, o objetivo do trabalho foi avaliar o consumo de AGE por mulheres com câncer de mama. Para isso, foi feito um estudo composto por 218 mulheres, e a coleta de dados ocorreu no Hospital do Câncer de Muriaé- Fundação Cristiano Varella. O consumo de AGEs foi determinado através da tabela de Uribarri et al. (2010), que avaliaram o teor em 549 alimentos. A quantidade de AGEs desta tabela foi expressa em kilounidades por 100g/ml. O consumo de AGEs observado foi de 607,03 kU/dia. Em um estudo com pacientes oncológicos de ambos os sexos, nas diferentes localizações de câncer, inclusive de mama, demonstrou que a ingestão de AGEs foi de 3.881,6 kU/dia, resultado superior ao encontrado no estudo, que pode ser explicado pela amostra composta por ambos os sexos e foram avaliados outros tipos de câncer. Portanto, se torna complexo comparar os demais resultados. Como não há pontos de corte estabelecidos para a ingestão de AGEs, Uribarri et al sugerem que seja de, no máximo, 15.000 kU/dia. Ainda não há estudos que comprovem os níveis ideais da ingestão de AGEs para a prevenção de doenças, entretanto, reduzindo esses compostos da dieta é possível controlar a formação endógena desses componentes (URIBARRI et al, 2010) . Os resultados deste estudo demonstram que o consumo de AGEs foi mais baixo quando comparado a outro estudo, e tal ingestão se deu pelos alimentos que mais contém, como carnes e ovos. |