"Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável"

24 a 26 de outubro de 2023

Trabalho 18063

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Letras
Setor Departamento de Letras
Bolsa Não se Aplica
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Maria Clara Barbosa Bernardo
Orientador NATALIA GONCALVES DE SOUZA SANTOS
Outros membros Luiz Henrique Diniz Filho
Título Entre Poetas e críticos: metarromantismo nos periódicos acadêmicos de São Paulo (1847- 1869)
Resumo Ao considerar a existência de um olhar bifurcado que, muitas vezes, separa a crítica do objeto literário, este trabalho vem, por outro lado, para abarcar uma fusão entre o crítico e o poeta, que se desdobra, portanto, em metaliteratura. Frente às posições da segunda geração romântica, esse fenômeno eclode, de antemão, como consequência da desregulamentação da Poética Clássica e também como sintoma irônico da perturbação da consciência romântica, que está ciente da fragmentação do sujeito e da incompletude da palavra. Afloram-se, como objetivos, identificar os contos metaliterários presentes no periodismo da São Paulo acadêmica, compreender os diferentes usos da metaliteratura e agrupá-la em eixos temáticos, a fim de observar, por exemplo, como esses autores formataram uma imagem do poeta e da poesia. Como método deste estudo, presentificam-se, principalmente, o levantamento e a leitura de contos da segunda geração romântica, inseridos em um corpus com cerca de 35 periódicos, disponíveis na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, a serem analisados e catalogados à luz da teorização de Bochicchio (2012) e Duarte (2011). Pensando nos resultados obtidos, levantaram-se 63 contos, divididos em uma lista residual, organizada pela catalogação de temáticas predominantes como byronismo, nacionalismo e amor idealizado, e uma metaliterária — foco da análise. Nesta, encontram-se 34 contos que podem ser interpretados por vieses temáticos. Por meio deles, evidenciou-se que a maioria dos metacontos vão ao encontro do byronismo, uma vez que, possivelmente, o universo noturno e descrente, de caráter conflituoso, possibilitaria um desvinculamento com a plenitude ficcional, abrindo lugar à autorreflexão poética. No que diz respeito ao uso da metaliteratura, uma das preocupações centrais da pesquisa, constatou-se uma forte presença da discussão sobre o código literário, que ora é exaltação, ora é problematização, ora é exposição de uma poética. Isso estaria imbricado tanto com a necessidade de se discutir literatura no bojo de uma sociedade que se capitaliza e que, por efeito, escanteia-a, quanto com a demanda por explicações advinda da ruptura com a preceptística clássica. Tornou-se, também, emblemática a utilização de referências da literatura europeia, formando um cânone acadêmico, o que veio à tona por nomes renomados no campo das letras, como George Sand, Lord Byron, Hoffmann e Goethe. Foi possível também evidenciar a construção de um cânone do século XVIII, trazendo autores como Cláudio Manoel da Costa. Essa questão estaria amalgamada à conhecida necessidade romântica brasileira de se erguer uma história nacional, sendo, nesse sentido, pela literatura. Vê-se, com tudo isso, a confirmação do cultivo à metaliteratura no oitocentismo romântico nos periódicos acadêmicos.
Palavras-chave romantismo, metaliteratura, periodismo cultural.
Forma de apresentação..... Vídeo
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