Resumo |
Introdução: A parturição era um momento íntimo e reservado às mulheres. Com o avanço do paradigma Flexneriano, houve o fortalecimento do modelo hospitalocêntrico, medicalizado, tecnocrático, o que favoreceu um aumento crescente no número de cesáreas e intervenções no parto vaginal, sobretudo a partir do século XX. Esse rearranjo culminou na perda da autonomia das mulheres durante o trabalho de parto e parto, exposição a muitas intervenções, muitas vezes, desnecessárias, ao aumento da morbidade e mortalidade materna, fetal e neonatal. Diante disso, diversos movimentos a favor da humanização do parto foram surgindo, sobretudo a partir de 1990 e a instituição de políticas, diretrizes e protocolos relacionados ao parto através do Ministério da Saúde. Destaca-se, em 2017, a publicação da Diretriz Nacional de Assistência ao Parto Normal que tem como finalidade sintetizar e informar as melhores recomendações para favorecer um cuidado holístico, integral e baseado em evidências científicas durante a assistência ao parto vaginal. Além disso, é de suma importância a participação do enfermeiro na assistência do parto, respaldado pela Lei 7498/86 regulamentado pelo Decreto 94406/87 que dispõe sobre o exercício da enfermagem, sendo um deles a assistência à parturiente e ao parto normal. Objetivos: Relatar a experiência de discentes de enfermagem no exercício do cuidado prestado à parturiente em uma maternidade da Zona da Mata-MG. Descrição das principais ações: foi exercido todos os cuidados cabíveis aos discentes, auxiliados pela docente responsável, durante o trabalho de parto na maternidade de Viçosa. Dentre eles, pode-se citar o apoio emocional à parturiente, a realização de medidas não farmacológicas para alívio da dor (uso da bola suíça, mudança de posição, respiração, massagem e banho de chuveiro), monitoramento do BCF, dinâmica uterina e avaliação dos sinais vitais. Resultados alcançados até o momento: Durante o trabalho de parto e parto, os discentes conseguiram desempenhar as ações propostas e necessárias apreendidas durante as aulas teóricas e práticas. A parturiente demonstrou estar satisfeita com a assistência prestada pelos discentes e agradeceu ao final. Ela participou ativamente e as boas práticas implementadas proporcionaram alívio da dor, conforto, maior controle e autonomia. Conclusões: A experiência foi essencial para o aprendizado do estudante, uma vez que houve o fortalecimento da teoria por meio da prática. Os estudantes compreenderam que é possível ofertar às mulheres e suas famílias, um cuidado qualificado, respeitoso, sem a onipotência e autoridade do profissional de saúde. Os princípios que norteiam o cuidado humanizado foram aplicados, respeitando as singularidades da parturiente e oferecendo-a um ambiente que garantisse a sua autonomia com segurança e uma experiência positiva no processo de parir. |