Resumo |
Introdução: A pandemia de Covid-19 impactou a vida dos profissionais que atuaram na linha de frente de atenção vivenciado um exaustivo trabalho que impactou na saúde e bem estar destes profissionais com o possível surgimento de sinais e sintomas de depressão, ansiedade, esgotamento no trabalho e aumento do consumo de álcool tornando-se se necessário a análise e quantificação destas situações possivelmente associadas. Objetivo: analisar o impacto da pandemia de COVID-19 na saúde mental dos profissionais de saúde de Viçosa e região que atuaram no combate à doença, e analisar o perfil socioeconômico e profissional, a prevalência de Síndrome de Burnout, depressão, consumo de álcool, sinais de ansiedade e depressão, e a associação entre essas variáveis. Material e métodos: estudo de abordagem quantitativa descritiva com recorte transversal, realizado no município de Viçosa, MG, com amostra definida por conveniência através da metodologia bola de neve, coleta de dados realizada por meio de questionário online na plataforma Google Forms entre 2020 e 2021, utilizando questionário de identificação, características socioeconômicas e profissionais, o Maslach Burnout Inventory – General Survey (MBI-GS), o Alcohol Use Disorders Identification Test (AUDIT), o Inventário de Ansiedade Traço-Estado (IDATE), a Escala de Depressão do Centro de Estudos Epidemiológicos (CES-D), a Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HADS). O projeto foi aprovado no CEP–UFV parecer n. 4.019. Os dados foram analisados no software SPSS 21.0. Resultados: A amostra foi constituída por 100 profissionais 70% do sexo feminino, 39% com idade até 29 anos, a maioria residente em zona urbana, 86% de formação superior, 47% médicos, 18% técnicos de enfermagem e 13% enfermeiros. Na análise dos instrumentos de pesquisa foi verificado que 25% dos participantes apresentavam elevado nível de exaustão emocional, 21% alto nível de despersonalização, não sendo observado alto grau de redução da realização profissional, 71% dos participantes apresentavam baixo risco para consumo de álcool no teste AUDIT, apenas 4% usos nocivo. No IDATE não foi observado nível elevado de estado ou traço de ansiedade, 88% dos participantes apresentaram nível médio de estado e 74% traço. Na CES-D 57% dos participantes apresentavam elevado risco de depressão. A HADS verificou que 32% apresentaram níveis prováveis de ansiedade e 17% níveis prováveis de depressão. Conclusões: O estudo demonstrou que o trabalho na linha de frente de combate a pandemia de COVID-19 pode ter interferido na saúde mental dos profissionais, com muitos desses profissionais apresentando risco elevado depressão, não sendo observado consumo excessivo de álcool. |