"Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável"

24 a 26 de outubro de 2023

Trabalho 18027

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Educação física
Setor Departamento de Educação Física
Bolsa PIBIC/CNPq
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro CNPq
Primeiro autor Jaykyson Crisóstomo Cupertino
Orientador DOIARA SILVA DOS SANTOS
Título Educação Física escolar na cidade de Viçosa, MG: Condições do trabalho docente e insalubridade
Resumo No Brasil, as denúncias cotidianas sobre as más condições de trabalho docente, para além da baixa remuneração, parecem relegadas a uma naturalização. É preciso dar atenção ao fato de que as condições materiais de trabalho colocam em risco a saúde de professores de várias áreas do conhecimento. Este estudo teve como objetivo identificar e analisar as condições de trabalho de professores de Educação Física (EF) escolar atuantes na rede estadual na cidade de Viçosa, Minas Gerais. A pesquisa é de caráter qualitativo e foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa com seres humanos da Universidade Federal de Viçosa (UFV), sob o número de parecer: 5.982.643. A coleta de dados ocorreu em dois momentos independentes. O primeiro envolveu o registro fotográfico de instalações físicas utilizadas por professores de EF nas escolas estaduais. O segundo consistiu na aplicação de um questionário semiaberto online para os professores em atuação. A análise foi descritiva e interpretativa. Das 10 escolas de Viçosa vinculadas à Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais, foram registradas as imagens de 8 escolas, com a autorização das respectivas direções. Destas, somente duas quadras de aula possuíam cobertura, sendo que uma delas foi resultado de uma reforma no ano de 2022, portanto, muito recente. As fotos ilustram condições precárias de trabalho dos professores da rede estadual, com a exposição direta ao sol, riscos de animais peçonhentos e insetos devido aos entornos das escolas, pisos irregulares e sem acessibilidade, estruturas enferrujadas e degradadas. Responderam ao questionário 13 professores de Educação Física (8 homens e 5 mulheres), com a média de idade de 38,9 anos. Os resultados revelaram que as condições de trabalho dos professores são preocupantes. 84,6% vivem em vulnerabilidade socioeconômica (classes D e E), com jornadas de trabalho entre 10 e 55 horas semanais. 92,3% afirmam que não recebem auxílio ou subsídio para cuidarem da própria saúde. Os respondentes passam por muitas horas em exposição direta à radiação solar, de modo que 53,8% passam de 2 a 4 horas e 46,2% passam de 5 a 8 horas expostos. Os professores assinalaram que o principais agentes nocivos à sua saúde no trabalho são o calor, a poeira e os ruídos constantes e intermitentes. Além disso, nos últimos 90 dias, 61,5% deles realizaram atividade de lazer apenas de 1 a 3 vezes. 84,6% dos professores não perspectivam uma evolução na progressão de carreira ou melhoras em suas condições de trabalho. Quanto à percepção sobre a relevância do seu trabalho para a sociedade em geral, 61,5% dos professores assinalaram como “muito ruim” e “ruim”. Ao avaliarem a quantidade e qualidade de recursos materiais, 53,8% dos respondentes consideram as condições “ruins” e “muito ruins”. É urgente a necessidade de mudanças, pois a precarização do trabalho do professor provoca problemas de saúde e o abandono da profissão, tanto em termos de qualidade do trabalho quanto de desistência de ser professor.
Palavras-chave Condições de trabalho, Professores de Educação Física, Rede estadual.
Forma de apresentação..... Vídeo
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