"Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável"

24 a 26 de outubro de 2023

Trabalho 18012

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Biologia geral
Setor Departamento de Biologia Geral
Bolsa Não se Aplica
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Thaís Chaves de Souza
Orientador VANESSA LANA
Outros membros KARLA MARIA DAMIANO TEIXEIRA
Título Biólogas em Campo: Relatos e Experiências
Resumo O curso de graduação em Ciências Biológicas é de maioria feminina, mas isso não se reflete no ambiente profissional. O presente trabalho trata de expor relatos e experiências vividos por biólogas que trabalham como consultoras ambientais, uma profissão que envolve grande número de atividades em campo.
Os estereótipos de gênero ainda são muito presentes na nossa sociedade, o que afeta diretamente o dia a dia no trabalho dessas mulheres. Tais estereótipos de gênero no trabalho estão diretamente relacionados à divisão sexual do trabalho, que ao longo do tempo, atribui ao homem os trabalhos ditos " produtivos", ou seja, que geram renda, e para as mulheres o trabalho "reprodutivo", ligado ao lar, ao cuidado e geralmente não remunerado.
O trabalho de campo na Biologia, realizado pelas entrevistadas na profissão de Consultoras Ambientais, exige força, liderança e desprendimento do lar, uma vez que envolve um alto número de viagens para locais com pouco ou nenhum contato com a internet ou redes de telefone. Por conta de tais características, este é um trabalho considerado masculino ou então, que favorece os homens. A presença de mulheres nessa área vem aumentando, mas ainda assim, os desafios persistem.
Objetiva-se com esse trabalho analisar como a mulher é tratada e como ela trabalha em um ambiente majoritariamente masculino, como seu dia-a-dia no trabalho afeta sua vida pessoal e vice-versa.
O trabalho, por se tratar de uma pesquisa com seres humanos, foi enviado ao Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (CEPE-UFV) e autorizado em 15/09/2021 pelo processo de número 51169221.6.0000.5153.
A coleta dos dados para a elaboração do trabalho deu-se pela realização de entrevistas com 5 biólogas que trabalham como Consultoras Ambientais, em campo. As entrevistas foram realizadas através de chamadas no Google Meet, gravadas, transcritas e estas transcrições passaram por uma análise de conteúdo, separadas nas categorias: Profissão, Processos de Comunicação, Condutas Machistas e Interface Trabalho-Família.
Através das análises foi possível constatar o quanto o machismo enraizado e a falta de informação trazem dificuldades no campo profissional e tais dificuldades refletem também na vida pessoal das mulheres. São vários os fatores desafiadores e que causam desconforto nessas mulheres, como por exemplo a dificuldade do diálogo com os subordinados, assédio, falta de segurança e a sobrecarga. Tais condições de trabalho afetam inclusive o convívio familiar e planos futuros. Além disso, as mulheres relataram situações desgastantes onde foram vítimas e, ao denunciarem, foram coagidas e ameaçadas.
Concluí que o mundo cobra muito das mulheres, mas não as oferece as condições necessárias para cumprir com tais cobranças. É necessário que estas resistam e que, principalmente, o mercado se prepare para recebê-las de forma adequada, para que as futuras gerações de mulheres Biólogas possam gozar de um ambiente seguro e que lhes receba com dignidade.
Palavras-chave Biólogas, Estereótipos de gênero, Mulheres no trabalho
Forma de apresentação..... Painel
Link para apresentação Painel
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