Resumo |
O controle alternativo no campo da Fitopatologia, vêm sendo cada vez mais considerado como uma opção viável a ser aplicada no setor. A bactéria Curtobacterium flaccumfaciens pv. flaccumfaciens (Cff), causadora da doença Murcha-de-Curtobacterium na cultura do feijoeiro, é uma das bactérias mais relevantes na cultura em questão, com forte impacto econômico por estar amplamente distribuída em todo território nacional e pela carência de fitossanitários agrícolas registrados para seu manejo. Por isso, buscam-se opções mais ambiciosas na literatura para seu efetivo manejo, como a utilização de soluções antibacterianas naturais. Os compostos de origem vegetal apresentam substâncias características oriundas do metabolismo secundário vegetal, o que lhes confere propriedades biológicas, como por exemplo, a ação antibacteriana. À vista disso, este trabalho objetivou verificar a atividade antibacteriana de compostos vegetais extraídos a partir da planta X frente a bactéria Cff, sendo: extrato aquoso (EAQ), extrato alcoólico (EAL), extrato por nitrogênio líquido (ENI) e o óleo essencial (OE). Foi realizada a extração de cada um dos compostos citados a partir das folhas coletadas da mesma planta localizada no Distrito de Santo Antônio, na cidade de Concórdia-SC (Latitude de 27º 14’ S e Longitude 52º 01’ W). Para conferir a ação antibacteriana, foi empregada a análise de disco-difusão a fim de qualificar os possíveis antibacterianos como eficazes, com posterior emprego da análise de Concentração Mínima Bactericida (CMB) para quantificar em qual porcentagem ocorria o efeito bactericida. Os dados obtidos, por violarem as pressuposições da ANOVA, foram submetidos a análises não paramétricas pelo software GraphPad Prism 7®. Os resultados da análise de disco-difusão demonstraram inibição para todos os compostos testados, indicando suscetibilidade da bactéria frente aos compostos, atingindo halos com zona fortemente inibitória de até 16mm de diâmetro. Enquanto para análise de CMB, apenas o OE foi eficaz como controle da Cff, demonstrando crescimento microbiano nulo na concentração de 25%, considerada a concentração mínima bactericida e excluindo o EAQ, EAL e ENI como possíveis agentes de ação bactericida. Portanto, comprovou-se a eficácia do OE da planta X como uma opção de controle alternativo devido a sua capacidade antibacteriana frente a Cff. Ainda, como perspectivas futuras, é interessante realizar cromatografia a fim de qualificar melhor os compostos presentes no OE, bem como empregar técnicas in vivo para observar sua aplicabilidade a campo, bem como as interações com o ambiente. |