"Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável"

24 a 26 de outubro de 2023

Trabalho 18003

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Extensão
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Serviço social
Setor Departamento de Serviço Social
Bolsa Outros
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro Outros
Primeiro autor Ludymilla Leandra Cupertino Silva
Orientador CRISTIANE MAGALHAES DE MELO
Outros membros Abilene de Sá Barbalho, Maria Carolina Campos Resende, Palloma Rosa Ferreira, Rita Maria de Souza
Título Perfil da violência contra mulheres em Viçosa (MG): uma análise interseccional
Resumo A violência contra as mulheres (VCM) é qualquer ato que resulta em dano físico, sexual, psicológico ou sofrimento, sendo considerado um fenômeno multidimensional e complexo, além de problema social e de saúde pública. Dentre os diversos fatores envolvidos, a desigualdade de gênero é a principal causa, consequência de uma ideologia que define a condição feminina como inferior à masculina. Nesse contexto, os estudos de gênero são essenciais para compreender essas desigualdades, identificando estruturas patriarcais de poder historicamente construídas que perpetuam a violência. O Programa Casa das Mulheres, criado em 2010, numa parceria entre o Núcleo Interdisciplinar de Estudos de Gênero - NIEG/UFV e a Defensoria Pública de Minas Gerais, por meio de diversas ações, contribui para o enfrentamento à VCM em Viçosa e região. Objetivo do presente estudo foi analisar o perfil das mulheres em situação de violência, considerando a raça, a escolaridade e o bairro de residência. Os dados utilizados foram produzidos pelo Observatório da Violência Contra a Mulher, projeto vinculado ao Programa Casa das Mulheres, tendo como referência o Sistema de Informação de Agravos de Notificação, para o ano de 2019. Para definir os bairros periféricos, foi adotado como critério os mais distantes da zona central. A análise mostrou que há maior notificação de mulheres negras (64%), indicando uma interação entre violência e raça/cor. É importante ressaltar que essa informação é baseada na autodeclaração, reconhecendo que algumas mulheres podem enfrentar dificuldades em identificar ou declarar sua raça/cor, devido a fatores sociais e culturais. O percentual de mulheres com ensino médio incompleto representa (58%) e, como a educação é fator de emancipação, as mulheres com menor nível de escolaridade têm maior vulnerabilidade às violências, devido a correlações com fator desvantagens socioeconômicas, por exemplo. Os dados demonstram que 80% das vítimas residem em bairros periféricos e 20% nos bairros centrais, refletindo a intersecção de fatores como desigualdade social, acesso à segurança, construções socioculturais desfavoráveis, dentre outros. Diante do exposto, concluímos que a interseccionalidade das opressões enfrentadas pelas mulheres de Viçosa, corroboram a literatura. A maior incidência de VCM entre negras ressalta como a violência atinge majoritariamente as mulheres racializadas que enfrentam múltiplas formas de discriminação devido aos estereótipos racistas. Essa realidade é agravada pela baixa escolaridade, que limita suas perspectivas de autonomia econômica e pela negligência estatal presente, principalmente, nas regiões periféricas, onde a falta de infraestrutura e serviços básicos propiciam ambientes vulneráveis que possam advir dessa exposição. Essas reflexões são fundamentais para a formulação de políticas públicas inclusivas e a implementação de serviços de apoio adequados para combater a VCM em todas as suas dimensões, principalmente na periferia.
Palavras-chave Desigualdade de Gênero, Programa Casa das Mulheres, Politicas Públicas
Forma de apresentação..... Painel
Link para apresentação Painel
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