"Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável"

24 a 26 de outubro de 2023

Trabalho 17994

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Biológicas e da Saúde
Área temática Enfermagem
Setor Departamento de Medicina e Enfermagem
Bolsa Não se Aplica
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Lara Lelis Dias
Orientador PEDRO PAULO DO PRADO JUNIOR
Outros membros MARA RUBIA MACIEL CARDOSO DO PRADO
Título Estudo comparativo do número de partos vaginais e cesáreas em Minas Gerais
Resumo Introdução: até o século XIX, parir era sinônimo de um evento íntimo e natural, vivenciado pela mulher e pelo bebê. No entanto, a partir do século XX, os partos passaram a ser institucionalizados, ou seja, realizados em hospitais, repletos de profissionais e aparatos tecnológicos. Apesar dessa mudança oferecer maior segurança à assistência à possíveis intercorrências, esse cenário resultou em intensa e progressiva medicalização dos partos, se generalizando a maioria dos nascimentos, tornando mulheres e recém-nascidos vulneráveis aos riscos do parto cirúrgico, como infecções e sangramento, sem as reais indicações clínicas para sua realização. Objetivos: comparar o número de nascidos vivos, via parto vaginal e cesárea, em Minas Gerais, entre 1994 e 2021. Metodologia: estudo de dados secundários, acessados através do Sistema de Informações de Saúde (TABNET) – DATASUS. Foram emitidos relatórios do número de nascidos vivos, entre 1994 e 2021, via parto vaginal e cesárea, no Estado de Minas Gerais. Optou-se por iniciar a investigação pelo ano de 1994, por se tratar do primeiro ano de disponibilização dos dados no sistema e, posteriormente, análise das décadas de 2001, 2011 e 2021, sendo esse, o último ano de registro. Foram excluídos do estudo, os dados ignorados e partos realizados com fórceps. Resultados: observou-se diferença entre o número de nascimentos pelos dois tipos de parto e suas variações ao longo dos anos, sendo, por parto vaginal: 1994 (33.778 – 54,35%), 2001 (176.365 – 59,08%), 2011 (114.744 – 44,15%) e 2021 (101.587 – 41,95%) e cesárea 1994 (25.842 – 41,58%), 2001 (120.775 – 40.45%), 2011 (144.370 – 55,55%) e 2021 (140.397 – 57,98%) nascimentos. Desse modo, é possível ressaltar o aumento das taxas de ambos os tipos de parto, entre 1994 e 2001, no entanto, em relação à via vaginal, há um decréscimo significante, nas décadas de 2011 e 2021, o que não é observado no cenário do parto cirúrgico que, pelo contrário, continuou em ascensão. Conclusões: de acordo com as evidências científicas, esse acontecimento pode ser explicado pela assistência obstétrica hospitalocêntrica, a partir do século XX, relacionada a fatores socioculturais (maior poder socioeconômico, medo da dor do parto, mitos sobre o parto vaginal) e fatores associados à assistência profissional ao parto, como maior praticidade do parto cirúrgico, treinamento obstétrico ineficiente para atender ao parto vaginal e escassez de profissionais. Portanto, pode-se concluir a presença de um cenário obstétrico, apesar de seus riscos, medicamentoso e intervencionista, em detrimento dos benefícios conhecidos, do parto vaginal, ao binômio mãe-bebê. Assim, faz-se necessário investimentos em educação em saúde, para mulheres, e educação continuada, para profissionais de saúde, com o objetivo de reduzir as taxas de cesáreas e otimizar a atenção, ao parto e nascimento, de forma natural e humanizada.
Palavras-chave Parto normal, Cesárea, Enfermagem
Forma de apresentação..... Painel
Link para apresentação Painel
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