Resumo |
Introdução: a formação dos estudantes no ensino superior orienta para o desenvolvimento de autonomia e de habilidades que venham a se constituir como um diferencial em sua atuação profissional, focando mais em competências do que em conteúdos. Na área da saúde, considera-se o Sistema Único de Saúde (SUS) como base para estudos teóricos e práticos, admitindo suas políticas, princípios e diretrizes. Este, é um sistema que adquiriu destaque internacional por proporcionar o acesso em saúde gratuito, universal e integral, do nível primário ao terciário. Entretanto, a assistência nem sempre chega à ponta. Objetivo: relatar a experiência de um discente de Enfermagem na assistência direta à pessoa idosa. Descrição das principais ações: a atividade foi desenvolvida durante as aulas práticas de campo da disciplina de Saúde Mental do curso de graduação em Enfermagem da UFV, no ano de 2022, com carga horária de 30 horas, por meio de visitas domiciliares à pessoa idosa. A ação principal foi a realização de uma assistência integral à saúde, com análise de necessidades prioritárias. Resultados alcançados: a partir dos relatos ofertados pela cliente constatou-se que o problema prioritário era de ordem mental, com um quadro de entristecimento, e percebeu-se a complexidade da construção de um comportamento saudável, que esbarra em necessidade basais. A constante vulnerabilidade econômica, social e de saúde gera uma preocupação incessante e a impede de exercer sua plena autonomia. Durante a assistência, percebeu-se que suas demandas de saúde mental enquadravam-se em “Desempenho de função ineficaz”, pelo somatório de fatores que induzem à vulnerabilidade. Isso gera ansiedade, pela impotência diante do enfrentamento e conflito na representação de papéis que, por sua vez, podem ter configurado o quadro depressivo perpetuando, inclusive, quadros de descontrole pressórico, evidenciado durante as aferições de pressão arterial. Esse achado é reforçado por Bastos (2020), que descreve que a depressão é multifatorial e aponta o estresse crônico como o principal fator ambiental responsável por desencadeá-la. Conclusão: Constatou-se, na prática, a infeliz realidade que tem sido trazida por alguns autores, que descrevem a vagarosa evolução dos profissionais de saúde, sobretudo, na lida aos quadros mentais. Por vezes, a abordagem assistencial demanda a compreensão de outras necessidades apresentadas pelos clientes, que podem ser basais e, portanto, influenciar o alcance daquelas de níveis mais elevados. A desorganização dessa estrutura vulnerabiliza o sujeito, favorecendo a propensão a desvios considerados patológicos. Isso somado a estratégias de enfrentamento ineficazes acaba reverberando na externalização de emoções negativas. Admite-se, portanto, a importância de reconhecer as demandas dos clientes para guiá-los na gestão de sua saúde com agilidade, responsabilidade e comprometimento, orientando-o nos eixos de prevenção, promoção e restabelecimento da saúde. |