"Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável"

24 a 26 de outubro de 2023

Trabalho 17956

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Ensino médio
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática História
Setor Instituto de Ciências Humanas e Sociais - Campus Florestal
Bolsa PIBIC Ensino Médio
Conclusão de bolsa Não
Apoio financeiro CNPq
Primeiro autor Carlos Daniel Nunes de Abreu
Orientador JOSE LEANDRO PETERS
Título Religião e Política no Brasil (1920-1940): o caso do Cristo Redentor.
Resumo Esta pesquisa tem como objetivo estudar as relações políticas entre a Igreja Católica e o Estado brasileiro entre os anos de 1920 e 1940, destacando a construção e inauguração do Cristo Redentor como um movimento de reaproximação de ambas as instituições após a Proclamação da República. Em 1889, a Igreja Católica se viu distante do poder político, uma vez que foi extinguido o regime do Padroado. Com a constituição de 1891, o Brasil tornou-se um Estado laico. Diante desse contexto, a Igreja se viu enfraquecida e receosa do novo cenário republicano, pois compreendeu que o catolicismo foi colocado no mesmo nível das demais crenças religiosas. Ao longo da Primeira República (1889-1930), houve uma preocupação das instituições políticas do país em desenvolver um sentimento de nacionalismo e identidade na população brasileira. Preocupação que se avolumou com o início da Era Vargas, na década de 1930. Neste período percebemos uma reaproximação entre Estado e Igreja Católica. Tal união efetivou-se com vistas a afirmação da nacionalidade brasileira. Sendo assim, Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi proclamada padroeira do Brasil, e, pouco tempo depois, em outubro de 1931, no alto do corcovado no Rio de Janeiro, foi inaugurado a estátua do Cristo Redentor, que veio a se tornar símbolo nacional do Brasil. Como referencial teórico-metodológico, utilizamos a obra de Carlo Ginzburg “O Fio e os Rastros” (2007), na qual o autor destaca o estudo da história através da micro-história, que se baseia na extrema delimitação, tanto física quanto temporal, do ambiente de estudo, para que assim o historiador possa ter melhor análise dos detalhes e entrelinhas das fontes historiográficas. O trabalho teve início com a leitura da Carta Pastoral do Episcopado Brasileiro escrita no contexto do centenário da Independência do Brasil (1922). Por ela, percebemos um movimento da Igreja que denuncia um interesse da instituição em retornar ao cenário político. Posteriormente, promovemos um levantamento e análise no acervo dos jornais da Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo, e O Globo entre as décadas de 1920 e 1940. A análise das matérias jornalísticas buscou identificar, principalmente, discursos de figuras políticas ou religiosas sobre a cerimônia de inauguração da estátua. Neste movimento, percebemos um esforço nos discursos religiosos em afirmar que o Cristo salvará o Brasil dos “perigos”. Perigos esses que não são especificados em momento nenhum, mas são reafirmados em praticamente todos os discursos durante a cerimônia de inauguração. Com a análise dos discursos políticos e da visão da imprensa sobre a construção, foi possível chegar à conclusão de que houve sim um movimento católico de tentativa de reaproximação com o Estado, que se demonstrou, a longo prazo, ter funcionado. Hoje, o Cristo Redentor, imagem de uma figura religiosa, faz parte do simbolismo nacional e representa o Estado brasileiro.
Palavras-chave Imprensa, Cristo Redentor, política e religião.
Forma de apresentação..... Vídeo
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