Resumo |
Introdução: O grande número de casos de crianças com microcefalia em 2015 em decorrência da infecção de Zika Vírus (ZIKV) no período gestacional, fez com que uma atenção maior fosse destinada para essa população. A maioria dos casos foram registrados no Norte e Nordeste, porém o estado de Minas Gerais também notificou um elevado número de casos, se tornando o 5° estado com maior número de óbitos fetais, neonatais e infantis. As crianças que apresentarem a síndrome congênita podem apresentar consequências à saúde, podendo ocorrer deficiências nutricionais pela má alimentação ou baixa ingestão, prejudicando o crescimento e desenvolvimento infantil. Objetivo: avaliar o estado nutricional de crianças nascidas no período de epidemia do Zika Vírus (2015-2017) em Belo Horizonte. Metodologia: estudo observacional, através de coleta de dados de 93 crianças (crianças expostas ao vírus e crianças não expostas) nascidas em BH no período de epidemia de Zika Vírus nos anos de 2015 a 2017. Até o momento, foram coletados e analisados dados 34 crianças. O recrutamento foi realizado em parceria com as Unidades Básicas de Saude(UBS) e sob consentimentos das mães pelo termo de consentimento livre esclarecido solicitado pelo comitê de ética que aprovou a realização do estudo. As medidas antropométricas, coleta de sangue e aplicação de questionários foram realizados nas UBS. Foi utilizada estatística descritiva para análise dos resultados encontrados e posterior comparação com valores de referência WHO 2007 para crianças para antropometria e os exames bioquímicos. Os índices utilizados na avaliação antropométrica foram índices Peso/Idade, Comprimento/Idade ou Altura/Idade, e IMC/Idade. Resultado: a média de idade das crianças é de 6 anos, 37,8% (14) são do sexo feminino e 62,2% (23) são do sexo masculino. Os valores médios de peso/idade, altura/idade são valores de eutrofia segundo o scores-z, já o IMC demonstrou risco de desnutrição para essa população segundo World Health Organization 2007. Dos exames bioquímicos, 97,8% apresentaram valores de glicose dentro da faixa esperada. O colesterol total, LDL, VLDL e triglicerídeos, foram encontrados 38,4%, 8% e 2,6% respectivamente com valores indesejados, e quanto ao HDL 56,4% apresentaram valores adequados. Os outros exames bioquímicos como hemograma estavam dentro da faixa de corte, ferro (71,8%), ferritina (89,7%), Vitamina D (89,7%), vitamina A (94,80%) de adequação. A Proteína C Reativa Ultrassensível 66,67% se mostrou desejável, menor que 1,00(mg/L). Conclusão: este estudo apresenta dados parciais do estudo, sendo ainda necessário a coleta de dados das demais crianças que estão em andamento. A avaliação do estado nutricional apresenta-se como uma ação importante para o acompanhamento do desenvolvimento e crescimento destas crianças, assim como, para a prevenção de doenças na vida adulta. |