Resumo |
Apesar de muitos trabalhos a respeito de emoções na Linguística Aplicada (LA) (SERPA, 2014; GUSMÃO, 2015; FERNANDES, 2017; BORGES, 2017; AQUINO, 2018; VIEIRA, 2019; CAMARGO, 2020; GODOY, 2020), e de alguns trabalhos sobre o amor no ensino de línguas estrangeiras (PAVELESCU e PETRIC, 2018; LI e RAWAL, 2018; BARCELOS, 2020), a emoção do amor ainda é pouco investigada nesse campo (BARCELOS e COELHO, 2016), em comparação à Educação e à Psicologia Positiva. Em vista dessa escassez, este trabalho relata parte dos resultados de um trabalho de mestrado (VIEIRA, 2023), que teve como um dos objetivos investigar as emoções de uma professora sobre o amor pedagógico. O estudo se baseou em pesquisas sobre emoções no ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras (ARAGÃO, 2005; BARCELOS, 2015; BARCELOS e ARAGÃO, 2018; BARCELOS e RUOHOTIE-LYHTY, 2018; SOUZA e ARAGÃO, 2017) e sobre o amor pedagógico (BARCELOS, 2019; HATT, 2005; MÄÄTTÄ e UUSIAUTTI, 2011, 2012, 2014). Esta é uma pesquisa de abordagem qualitativa, configurando-se como um estudo de caso, realizada em uma escola pública no interior de Minas Gerais. A coleta de dados foi realizada através de um questionário aos professores efetivos de Língua Inglesa, com o objetivo de selecionar o(a) participante da pesquisa; além de uma entrevista semiestruturada, narrativa escrita, narrativa visual, observação das aulas e notas de campo. A análise dos dados seguiu os procedimentos baseados na análise de conteúdo (BARDIN, 2016). Os resultados revelaram emoções de raiva e tristeza, relacionadas à indisciplina dos alunos e falta de respeito dos pais dos alunos com sua profissão; e, ao mesmo tempo, alegria e amor, pela escolha da profissão, por estar em sala de aula e sentir o carinho dos alunos. Esta pesquisa traz implicações para a formação docente e o ensino e aprendizagem de línguas estrangeiras, apontando a importância da compreensão das emoções dos professores e da inserção de leituras e discussões sobre o amor pedagógico nos currículos dos cursos de Letras. |