"Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável"

24 a 26 de outubro de 2023

Trabalho 17914

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Economia
Setor Departamento de Economia
Bolsa CNPq
Conclusão de bolsa Sim
Apoio financeiro CNPq
Primeiro autor Breno Gabriel Costa Pereira
Orientador ANA CECILIA DE ALMEIDA
Título Choque de demanda sobre a produtividade agrícola brasileira: o caso do choque da China e os Estados brasileiros.
Resumo O presente trabalho tem como objetivo investigar o efeito do choque de demanda proveniente da entrada da China na OMC nos indicadores de produtividade agrícola no Brasil. Em particular, destaca-se o papel da China como um país que tem aumentado sua demanda por produtos agrícolas brasileiros, o que pode ser caracterizado como um choque de demanda externa. Isso tem gerado mudanças na balança comercial do Brasil e no setor agroexportador brasileiro. Somente entre 2002 e 2014 o total das exportações do setor do agronegócio para a China passou de US$ 1,14 bilhão para US$ 22 bilhões e, segundo assim, a demanda chinesa pode contribuir para o aumento da produtividade do setor, visto que para suprir uma demanda maior é necessário oferta maior, o que pode-se dar via aumento de tecnologia.
A participação da China nas exportações brasileiras aumentou significativamente ao longo dos anos, impulsionando o setor agroindustrial e gerando impactos sobre os indicadores agrícolas. O presente trabalho utiliza como método a comparação entre os 26 Estados brasileiros em um período anterior à entrada da China na Organização Mundial do Comércio (1997) e um posterior (2017). Para verificar os efeitos, foi feita a diferença de exportação total para a China entre os anos de 1997 e 2017, e a partir disso, os estados foram separados em quartis, no qual o quartil 1 representa os estados que menos tiveram diferença de exportação, enquanto o quartil 4 representa os que tiveram mais. Este método foi utilizado para analisar os efeitos entre os estados mais e menos afetados pelo choque de demanda chinês. Os indicadores analisados foram: produtividade da soja, produtividade da cana, produtividade do café e número de tratores como proxy para tecnologia.
Primeiramente, os resultados mostram que apenas os estados com variação intermediária-alta (quartil 3) na exportação de produtos agrícola para a China tiveram redução de produtividade café quando comparado 2017 com 1997. Todos os outros quartil tiveram aumento de produtividade de soja, cana e café quando comparado 2017 e a 1997. Ademais, os resultados mostram que ao comparar os estados com baixa variação na exportação (quartil 1) com os de alta variação (quartil 4) de exportação agrícola para China, verifica-se um aumento maior de produtividade de soja para os últimos, sendo essa variação quase duas vezes maior, em média, quando comparado aos estados menos afetados, o que está de acordo com o esperado. No entanto, para os outros indicadores, os resultados encontrados vão de encontro ao esperado ao comparar os estados com baixa variação na exportação (quartil 1) e aqueles com variação intermediária-alta (quartil 3). Ou seja, ao comparar esses estados, observa-se um aumento maior na variação da produtividade de cana e uma redução na produtividade de café nos estados do quartil 3 comparado aos estados do quartil 1. Em relação a diferença de tratores entre 1997 e 2017, observa-se que houve um aumento médio em todos.
Palavras-chave Comércio Brasil e China, produtividade agrícola, choque de demanda
Forma de apresentação..... Vídeo
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