Resumo |
Este resumo faz parte da pesquisa de mestrado em andamento realizada no Programa de Pós Graduação em Educação da Universidade Federal de Viçosa-UFV que tem por objetivo, analisar as trajetórias acadêmicas e profissionais das docentes pretas credenciadas nos programas de pós-graduação nas grandes áreas - Ciências da Terra e Exatas em 11 universidades públicas federais mineiras. Para tal foram selecionadas as 8 subáreas de Matemática, Química, Astronomia, Ciências da Computação, Geociências, Estatística, Oceanografia e Física. Como caminhos metodológicos, busquei informações junto aos programas de pós-graduações sobre o número de docentes negros/as e não negros/as, mediante o qual foram elaboradas tabelas apontando o perfil racial e de gênero destes nos programas acima elencados. Neste primeiro levantamento notou-se uma ausência expressiva de docentes pretas credenciadas nos programas de mestrado e doutorado, quando comparada aos demais docentes. Após o primeiro levantamento, deu-se início a realização da segunda parte da pesquisa que consistiu na realização de entrevistas semi estruturadas de modo a compreender as trajetórias de cada docente, os desafios postos em suas travessias, as dimensões do racismo estrutural, interpessoal e institucional em suas trajetórias educacionais e profissionais e por fim, os agenciamentos destas perante ao seu fazer docente nos programas de pós - graduação, as contribuições no campo da pesquisa na área de Ciências da Terra e Exatas. No total, por meio da heteroidentificação racial, identificou-se 5 (cinco) docentes pretas. As entrevistas foram realizadas por meio da plataforma Google Meet mediante a um roteiro previamente organizado. Das análises desenvolvidas até o momento, nota-se que há pontos convergentes dentre as cinco entrevistadas, a saber, todas atuam na área de Química. Ademais, racismo estrutural atravessaram seus caminhos acadêmicos em pontos e momentos situados da graduação à docência no Ensino Superior. No entanto, há relatos onde a resiliência e a intelectualidade ganharam escopo em boa parte das entrevistas, evidenciando que embora sejam poucas nas áreas ditas “duras”, tais mulheres agenciam saberes, multiplicam representatividades negras de modo consciente de suas ações perante a sociedade e em seus respectivos campos de atuação científica. |