Resumo |
O Brasil, maior produtor mundial de café, exportou em 2022 cerca de 2,2 milhões de toneladas, o equivalente a 39,4 milhões de sacas. Esse cenário é decorrente do investimento nas diversas áreas de pesquisa, destacando-se o melhoramento genético de cultivares, que tem disponibilizado materiais cada vez mais produtivos e com resistência as principais doenças e pragas. Essas enfermidades podem causar desfolha, maturação precoce e queda dos frutos, aumentando significativamente problemas como grãos chochos e seca dos ramos produtivos, o que compromete a produtividade do cafeeiro e a rentabilidade do produtor. Atualmente, diversas cultivares de café têm sido lançadas no mercado, porém necessitam de serem avaliadas nas regiões cafeeiras do estado, uma vez que possuem diferentes condições edafoclimáticas. Dessa forma, o objetivo deste trabalho foi avaliar cultivares de café arábica visando identificar as mais promissoras para as Matas de Minas. O experimento foi instalado no Campo Experimental Vale do Piranga da EPAMIG, no município de Oratórios MG. O delineamento utilizado foi em blocos ao acaso com 14 cultivares de café e três repetições. As parcelas foram constituídas por sete plantas, com espaçamento de 0,7 x 3,6 m, entre cafeeiros e fileiras, respectivamente. Em 2023, foram avaliadas características associadas as principais doenças e praga por meio de escala de notas, variando de 1 (ausência de sintomas) a 5 (intensos sintomas): severidade de ferrugem (Hemileia vastatrix), severidade de cercosporiose (Cercospora coffeicola), severidade do ataque de bicho-mineiro (Leucoptera coffeella) e intensidade de seca do ponteiro (notas de 1 a 4). Também foram avaliados o vigor vegetativo por meio de escala de notas crescentes de 1 (baixo vigor) a 10 (elevado vigor) e a produtividade de café em sacas de 60 kg beneficiado por hectare (sacas.ha-1). Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias agrupadas pelo teste de Scott-Knott a 5% de probabilidade, por meio do programa estatístico Rbio. Não houve diferenças significativas entre as cultivares para o vigor vegetativo (média de 6,57), severidade de ferrugem (média de 1,33), severidade de cercosporiose (média de 2,86), severidade do ataque de bicho mineiro (média de 2,05) e intensidade de seca do ponteiro (média de 3,40). As cultivares apresentaram diferenças significativas para a produtividade e foram classificadas em dois grupos: o mais produtivo foi composto por três cultivares com média de 21,5 sacas.ha-1. Já o segundo grupo, composto pelas demais cultivares apresentou média de 6,47 sacas.ha-1. Com base na safra de 2023, as cultivares Acauã, Catiguá MG 1 e Catucaí Amarelo 2 SL apresentam potencial para o cultivo convencional nas Matas de Minas. Agradecimentos ao Consórcio Pesquisa Café, ao CNPq e a FAPEMIG pelo apoio financeiro ao projeto e pelas bolsas concedidas aos autores. |