Resumo |
O café é a segunda maior commodity do mundo e sua cadeia produtiva tem grande importância econômica, alimentar e social. O café conilon (Coffea canephora) é o segundo mais produzido no mundo, e no Brasil o estado do Espírito Santo se destaca como maior produtor. A broca do café (Hypothenemus hampei) é a principal praga do café, ela se alimenta e reproduz no endosperma, consumindo o produto comercial e causando a queda prematura de frutos. Qualitativamente, causa prejuízos na classificação final da bebida devido a construção de galerias e pela associação com microrganismos. Assim, o objetivo deste trabalho foi determinar a intensidade de ataque de H. hampei em lavouras de café conilon. A coleta dos dados foi realizada em duas lavouras comerciais de café conilon durante dois anos, nas fazendas experimentais do INCAPER em Marilândia e Sooretama, Espírito Santo. As avaliações foram realizadas na variedade Vitória Incaper 8142, com espaçamento de 3x1 metros. As lavouras tinham áreas de aproximadamente 10 ha e plantas com 5 anos de idade. Nestas lavouras foram realizadas irrigação por gotejamento e a adubação com base na análise de solo. As avaliações da intensidade do ataque foram realizadas quinzenalmente durante o período de trânsito da praga em 16 plantas selecionadas ao acaso. Em cada planta foram avaliados quatro ramos do terço médio do dossel e em cada ramo foram avaliados o número de frutos totais e o número de frutos broqueados por H. hampei. Para cada lavoura foi calculado a porcentagem de frutos atacados pela praga. Durante o período de avaliação foram coletados dados diários de temperatura média do ar (oC), precipitação pluviométrica (mm/dia), umidade relativa média do ar (%) e velocidade média dos ventos (m/s). Esses dados foram obtidos em estações automáticas do INMET, e posteriormente, foram calculadas as médias e erros padrões das médias dos dados meteorológicos. A intensidade de ataque de H. hampei variou em função dos locais e anos avaliados. Em Marilândia o ataque da broca do café foi menor do que o nível de controle nos dois anos. Em Sooretama no primeiro ano de avaliação a intensidade de ataque da praga foi menor que o nível de controle. Já no segundo ano a intensidade de ataque da broca do café atingiu até seis vezes o nível de controle. A temperatura média do ar, precipitação pluviométrica e umidade relativa média do ar foram altas e semelhantes nos dois locais avaliados nos meses de trânsito da broca do café. A velocidade dos ventos em Marilândia foi baixa, enquanto em Sooretama a velocidade dos ventos variou ao longo do tempo. Esses fatos demonstram a importância de os cafeicultores realizarem a amostragem das intensidades de ataque de H. hampei em suas lavouras para que o controle desta praga seja realizado antes de causar danos econômicos. Além disso, esse monitoramento ajuda na tomada de decisão de controle, reduzindo custos de produção e impactos ambientais. |