Resumo |
Introdução: A primeira hora de vida do recém-nascido (RN) é um período delicado chamado na literatura de “Golden Hour”, sendo determinante na transição da vida intrauterina para o ambiente externo. Nesse sentido, a interação física entre mãe e filho é essencial para tornar essa transformação mais acolhedora, por meio do contato pele a pele e da amamentação durante os primeiros minutos de vida. Dessa forma, ao ser colocado sobre a pele da mãe imediatamente após o parto, o neonato é capaz de localizar o mamilo materno e iniciar o processo de sucção, assim, o aleitamento materno durante a Golden Hour está associado a prevenção da hipoglicemia e aumento dos anticorpos do RN, além de estimular a produção de leite e a contração do útero materno, reduzindo a chance de hemorragia puerperal. Ademais, a realização do contato pele a pele previne a hipotermia, promove a estabilidade cardiopulmonar, reduz o choro do RN e aumenta o vínculo entre mãe e filho. Entretanto, apesar dos benefícios supracitados, há dificuldade na efetivação dessa prática nas maternidades, sobretudo quando o nascimento ocorre por cesárea. Objetivo: Avaliar a relação entre o tipo de parto e a prevalência do contato pele a pele e amamentação na primeira hora de vida em uma maternidade da Zona da Mata Mineira. Metodologia: Estudo transversal, descritivo-exploratório, de natureza quantitativa que faz parte de um projeto maior aprovado pelo comitê de ética da UFV sob o parecer 5.226.4223. A coleta de dados aconteceu no período de março a junho de 2022. Participaram da pesquisa 271 puérperas que tiveram o parto realizado em um hospital da Zona da Mata Mineira e que concordaram voluntariamente em fazer parte do estudo. Foram coletados dados relacionados ao contato pele a pele e amamentação na sala de parto, tendo como opção de resposta sim, não, não sei, não quero responder. Resultado: Dentre as 271 puérperas entrevistadas, houve o predomínio do parto cesárea (61,9%) e dessas, 96 (57,1%) não seguraram o bebê na sala de parto e 141 (83,9%) não amamentaram o bebê na sala de parto. Enquanto que nas puérperas de parto normal, 7 (6,7%) negaram segurar o bebê na sala de parto e 50 (48,1%) não amamentaram na sala de parto. O teste qui-quadrado de Pearson mostrou diferença estatística significante (p<0,001). Conclusão: Verificou-se que as ações realizadas durante a primeira hora de vida são menos prevalentes no parto cesáreo. Embora essa via de parto tenha como obstáculo o fato de as mães estarem mais sonolentas devido a anestesia e a mesa de operação ser estreita, boas práticas devem ser realizadas em ambos os tipos de parto. Portanto, a equipe de enfermagem deve buscar a modificação desse cenário de forma humanizada. |