"Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável"

24 a 26 de outubro de 2023

Trabalho 17809

ISSN 2237-9045
Instituição Universidade Federal de Viçosa
Nível Graduação
Modalidade Pesquisa
Área de conhecimento Ciências Humanas e Sociais
Área temática Letras
Setor Departamento de Letras
Bolsa Não se Aplica
Conclusão de bolsa Não
Primeiro autor Emanuel de Paulo Costa
Orientador RONY PETTERSON GOMES DO VALE
Título NA PONTA DA PLUMA DO INTERDITO: Argumentação e discurso antirracista em cartilha do TSE - resultados iniciais
Resumo "Esclarecer", "Meia tigela" e "Inhaca". As três palavras, e mais 37 vocábulos, aparecem como expressões que devem “ser abolida[s] do vocabulário” em uma nova cartilha do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que busca reunir expressões que precisam ser banidas por apresentarem conotações supostamente racistas. A cartilha “Expressões racistas: por que evitá-las”, publicada no dia 30 de novembro de 2022, tem o formato de um livreto com 40 verbetes contendo em cada entrada uma expressão (ou vocábulo) seguido de uma explicação do porquê esta é racista. O documento, que pode ser encontrado online, foi pensado e produzido pela Comissão de Igualdade Racial e seus 13 membros, sob a coordenação institucional do ministro do TSE Benedito Gonçalves. No dia 09 de dezembro de 2022 o jornal online “Gazeta do Povo” publica um texto sob a etiqueta “suposto racismo” acima do título “Esclarecer, meia-tigela, humor negro... TSE cria lista de palavras a serem banidas do vocabulário”. O texto, resumidamente, contra-argumenta alguns dos verbetes apresentados na cartilha do TSE. O periódico, com centenas de acessos, conta com 499 reações indignadas dos leitores e 583 comentários, entre os quais encontram-se majoritariamente pessoas encolerizadas. A notícia parece inflamar os leitores contra a tentativa do TSE de intervir nas expressões que podem ou não ser ditas. Alguns dos comentários fazem até mesmo menção à censura por parte do TSE. Principalmente nos fóruns da internet, a discussão sobre a exclusão (e inclusão) de expressões do (no) vocabulário com a justificativa de não ofender determinados grupos minoritários sempre causa certo alvoroço. De um lado aqueles que pensam ser relevante a coibição destes termos e de outro aqueles que acreditam que a língua não deve ser interditada (ou modificada) sob qualquer justificativa. Contrapor os argumentos destes dois lados e analisá-los discursivamente possui grande relevância, visto que as discussões sobre o tema se mantêm pertinentes e surgem de tempos em tempos sob a roupagem de uma preocupação com a "conservação da língua" ou ainda da sensibilização dos falantes para um "novo problema social" no âmbito da linguagem e, por consequência, do discurso. Neste sentido, procura-se fazer uma análise discursiva do discurso antirracista nesta cartilha, de modo a apreender as estratégias argumentativas utilizadas nela para classificar determinadas expressões. Além disso, busca-se em um segundo momento verificar a contra-argumentação daqueles que se opõem à cartilha, como por exemplo o texto e os comentários no jornal Gazeta do Povo. Objetifica-se neste projeto não a validação das expressões como sendo ou não racistas, mas sim a compreensão do discurso e da argumentação antirracista no âmbito da linguagem (isto é, do discurso) e da interdição, se pautando para isso no escopo da Análise do Discurso, nos princípios teóricos da Semiolinguística de Patrick Charaudeau e na discussão de Orlandi sobre o silenciamento enquanto prática discursiva.
Palavras-chave Análise do Discurso, Interdição e Politicamente (In)Correto, Racismo
Forma de apresentação..... Vídeo
Link para apresentação Vídeo
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