Resumo |
O café conilon pertencente à espécie Coffea canephora, embora apresente elevada produtividade, essa pode ser afetada pelo ataque de doenças e pragas. A ferrugem, causada pelo fungo Hemileia vastatrix, é a principal doença do cafeeiro, se não tratada pode levar a perdas de aproximadamente 50% da produção. Já a Cercosporiose ocasionada pelo fungo Cercospora coffeicola, além das folhas, atacam também os frutos, reduzindo a produção e a qualidade do café. Igualmente a seca de ponteiro, doença ficológica ou abiótica, afeta diretamente o vigor vegetativo dos cafeeiros. Quanto as pragas, destaca-se o bicho mineiro, Leucoptera coffeella, que pode comprometer a produção em até 72% pela redução da área foliar e consequentemente da fotossíntese. Assim, o objetivo desse trabalho foi avaliar clones de café conilon quanto a severidade de doenças, praga e vigor vegetativo visando identificar os mais promissores para na região a Zona da Mata Mineira O experimento foi instalado no Campo Experimental Vale do Piranga EPAMIG, Oratórios, MG, em delineamento de blocos ao acaso com 38 clones de café conilon e três repetições. As parcelas foram constituídas de 6 plantas, com espaçamento de 1,0 x 3,0 m, entre plantas e fileiras, respectivamente. Foram avaliadas em 2023 as seguintes características: severidade de ferrugem, com notas de 1 a 5; severidade de cercosporiose, com notas de 1 a 5; intensidade de seca de ponteiro, com notas de 1 a 4; severidade do ataque de bicho-mineiro, com notas de 1 a 5; vigor vegetativo, com notas de 1 a 10. Os dados foram submetidos a análise de variância e as médias agrupadas pelo teste Scott-Knot a 5 % de probabilidade, utilizando o programa estatístico Rbio. Dentre as características avaliadas, não houve diferença significativa entre os clones para as severidades de ferrugem e do ataque de bicho mineiro, apresentando ausência e pouco sintomas, respectivamente. Para as demais características os clones foram classificados em dois grupos, em que 66% dos clones apresentaram poucos sintomas de cercosporiose, enquanto que 34% dos clones apresentaram sintomas moderados. A maioria dos clones apresentou ausência de seca de ponteiro. Quanto ao vigor vegetativo 66% dos clones foram classificados como mais vigorosos, com média 8, já o grupo de menor vigor apresentou média 7. Com base nas características avaliadas, os clones de café conilon 101, 102, 106, 108, 202, 208, 209, 302, 303, 306, 307, 308, 408, 410 e 412 apresentam potencial para o cultivo na Zona da Mata Mineira. Agradecimentos ao Consórcio Pesquisa Café, CNPq e a FAPEMIG pelo apoio financeiro do projeto e pelas bolsas concedidas aos autores. |