Resumo |
Introdução. Os cursos de medicina estão em constante transformação, buscando integrar teoria e prática e promover a interação entre academia, serviço e comunidade. Além do conhecimento técnico-científico, é essencial que os médicos desenvolvam habilidades como integralidade do cuidado, compromisso, responsabilidade e solução de problemas. As Diretrizes Curriculares Nacionais de 2014 determinam que as instituições de ensino superior formem médicos aptos a atuar de forma integral e humanizada, alinhados aos propósitos do Sistema Único de Saúde (SUS). Para isso, é necessário conhecer o perfil dos profissionais e implementar mudanças no sistema de ensino com vistas a reduzir as lacunas entre a formação acadêmica e as demandas reais do mercado de trabalho. Objetivo. Analisar aspectos sociodemográficos, de formação e atuação profissional de médicos egressos de uma instituição federal. Metodologia. Estudo quantitativo e transversal, mediante análise de questionário online enviado aos médicos formados nas primeiras sete turmas de uma instituição federal, versando sobre seu perfil sociodemográfico, de formação acadêmica e atuação profissional. Realizou-se análise de questionários online enviados aos médicos formados nas sete turmas de um curso de medicina. Resultados. Dos 170 egressos entrevistados (60,5% do total), a maioria era composta por jovens, mulheres, de raça branca ou parda, solteiros, com renda mensal entre 11 e 15 salários-mínimos, e atuavam na capital de Minas Gerais. A maioria dos entrevistados participou de atividades extracurriculares, como ligas acadêmicas, projetos de extensão e pesquisa. As cinco especialidades de residência mais frequentes foram clínica médica, pediatria, cirurgia geral, ginecologia e obstetrícia, e medicina de família e comunidade. Mais da metade dos entrevistados tinha conhecimento do Projeto Político-Pedagógico do Curso e das Diretrizes Curriculares Nacionais, e quase todos mencionaram ter recebido formação na atenção básica, humanista, generalista, crítico-reflexiva e ética. A maioria dos entrevistados considerava-se competente na atenção e educação em saúde, mas apenas pouco mais da metade se considerava competente na gestão em saúde. Os formandos das primeiras turmas relataram renda mais alta e concluíram uma ou duas residências médicas. Uma minoria de egressos de turmas recentes ainda não havia iniciado a residência médica. Conclusão. O acompanhamento dos egressos é uma ferramenta de avaliação institucional que visa fornecer subsídios para a reestruturação curricular e atender às demandas de saúde. |