Resumo |
Nas Artes Cênicas, a máscara amplia o conceitos, exagera fatos, amplifica a vida, mostra algo além do que aparenta, além de ser um elemento cênico que informa ao público espectador da obra quem é o personagem e em que contexto ele se encontra. No carnaval, a máscara se apresenta como disfarce de personalidade. Ela orienta o corpo a ter experiências que o sujeito mascarado não realiza com o rosto à mostra. Nesse contexto, o pobre pode se tornar rico e o rico se tornar pobre, o folião se liberta da verdadeira personalidade e aproveita a situação de desordem social para se mostrar de outra forma, assim como menciona Marani e Lara (2015), a máscara está “intimamente ligada às formas de disfarce da expressão e da identidade, fazendo com que o sujeito mascarado opte por transitar por caminhos que, comumente, por estar com o rosto disponível às pessoas, dificilmente conseguiria percorrer”. Neste painel, apresentamos uma proposta de pesquisa sobre a presença da máscara como adereço cênico no Carnaval de Veneza, sendo este o objeto de estudo. Tendo como problemática a migração e o percurso de um objeto de cena oriundo da Commedia Dell'Arte para as festas populares na Itália do Séc. XVI, bem como sua manutenção como parte da caracterização dos foliões ao longo dos anos na cidade de Veneza. Buscando a historiografia da máscara no Carnaval segundo as tradições populares da Itália, o campo de pesquisa consiste em fontes documentais (fontes primárias) e literatura produzida a partir de estudos históricos (fontes secundárias). Sob uma abordagem qualitativa, organizada como uma pesquisa descritiva, constitui-se como um um levantamento historiográfico documental. Está previsto para a primeira etapa da pesquisa, uma revisão narrativa a partir da produção acadêmica listada nos periódicos e nas bases de dados, tais como: Periódicos Capes e bibliotecas das instituições de pesquisa nacionais e internacionais. Espera-se que com o levantamento histórico do desenvolvimento do carnaval como expressão cultural se possa identificar e analisar a máscara como linguagem da encenação e adereço simbólico no contexto do Carnaval de Veneza, bem como seu espelhamento nas artes cênicas. |