Resumo |
A Constituição Brasileira assegura a seus cidadãos direitos universais e intransferíveis, como o Direito à Saúde e o Direito Humano à Alimentação Adequada. Referem à disponibilidade de alimentos, adequação, acessibilidade e estabilidade do acesso a alimentos produzidos e consumidos de forma soberana, sustentável, digna e emancipatória. Tais direitos foram tratados durante a XII Troca de Saberes, O Grupo de Trabalho Alimentação (GT) foi organizado objetivando discutir sobre a importância da alimentação agroecológica e o reconhecimento das memórias afetivas relacionadas à alimentação e da relação entre comida e territórios. O GT realizou duas atividades virtuais conduzidas pelas bolsistas do Núcleo de Educação no Campo e Agroecologia (ECOA) nos dias 12 e 14/06/21, nas quais participaram cerca de 60 pessoas. Na atividade intitulada “Mesa da Partilha”, discutiu-se sobre soberania alimentar com a presença de agricultores (as), que participaram do processo de transição na alimentação na Troca de Saberes em 2017, quando toda a alimentação do evento foi agroecológica e fornecida pela agricultura familiar. Anteriormente, os alimentos eram fornecidos pelo Restaurante Universitário. Os participantes compartilharam receitas que trouxeram histórias sobre o processo de construção de pratos que expressam sua cultura. A live intitulada: “Sabores e dissabores revelados na alimentação: partilhando essa vivência e reconstruindo a relação com o alimento” também foi organizada. Nela, foram compartilhadas experiências individuais relacionadas à alimentação, carregadas de memórias, sabores, dissabores, significados e representações. Os costumes tradicionais foram evidenciados na contação de histórias que trouxeram memórias relacionadas à alimentação camponesa, como a utilização dos matos de comer e ovos caipiras. Nestas atividades os hábitos alimentares foram debatidos, ao contar e recontar histórias, pois elas permitem reconstruir uma boa relação com o alimento. Os participantes avaliaram positivamente as atividades e indicaram a importância de se recorrer às memórias afetivas proporcionadas pela alimentação que remetem à ancestralidade. Tais memórias possibilitam iniciar as mudanças internas necessárias à construção de uma relação com os alimentos baseada no amor, cuidado, equilíbrio e harmonia, desde a sua produção ao consumo e que reverberam em cada um(a) e em toda a natureza. A realização dessas atividades, mesmo que virtual, reconheceram a agroecologia como essencial e necessária para fortalecer a soberania alimentar, favorecer a segurança alimentar e nutricional da população e contribuir com o desmonte dos impérios agroalimentares impostos à nossa sociedade. Tais atividades proporcionaram o desenvolvimento das bolsistas, como estudantes e profissionais, ao coordenarem espaços acadêmicos que dialogam sobre a agroecologia juntamente com aqueles que a constroem. |