Resumo |
Na sociedade contemporânea as relações de trabalho, impulsionada por interesses capitalistas, vem sendo fortemente ressignificada. Uma dessas transformações é o trabalho a partir dos aplicativos, conhecido como Uberização do trabalho. No Brasil a uberização se intensifica na pandemia da COVID-19, e produz o aumento na intensidade da carga horária, redução de direitos e benefícios expandem segundo análise de autores como ABÍLIO (2020) e ANTUNES (2020). O presente estudo se caracteriza como uma pesquisa bibliográfica e exploratória com o objetivo de compreender a temática da uberização diante a determinantes históricos das relações de trabalho. O fenômeno difundido em busca da produção "rápida", "barata" e "flexível" remodela as condições de trabalho, pautadas na urgência em atender as demandas neoliberais em novas plataformas como: o digital e on-line. Desse modo, no contexto social, econômico e político instituído em março de 2020 quando a Organização Mundial da Saúde classificou a doença causada pelo novo coronavírus como uma pandemia e recomendou a adoção de medidas não farmacológicas como uso de máscaras, distanciamento social e o fechamento do comércio não essencial, para mitigar o avanço de casos é possível identificar a acentuação do desemprego e interfaces precárias. Segundo Coutinho (2015) o fenômeno de desconstrução do trabalho, impulsionado pela dinâmica neoliberal nas últimas décadas transformou as relações sociais e retrocede os direitos, lutas e resistências conquistadas pela classe trabalhadora. Importantes apontamentos de autores sobre a nova configuração do trabalho mediante a desconformidade no contexto pandêmico se dá pela ausência de consistência das medidas de segurança e amparo governamental, que quando associados a nova dinâmica de trabalho excludente naturalizam a desigualdade social. Dessa forma, compreendendo a pobreza e o desemprego como fenômeno que é agravada por condicionantes como gênero, raça, faixa etária etc, buscamos compreender a uberização como uma adaptação e flexibilização dos trabalhadores a se inserir o em condições de trabalhos mais e suas adversas formas flexíveis. Analisaremos, como a pandemia da COVID-19 pode ter ampliado fenômenos anteriormente já críticos, como a desigualdade, a pobreza, a fome, a miséria, a violência, a insalubridade, entre outros. Destacando, por fim, a relevância dos movimentos sociais e sindicais para estimular uma consciência crítica da realidade social. |