Resumo |
Este é um relato de experiência dos licenciandos em Ciências Biológicas da Universidade Federal de Viçosa-Campus Florestal em escolas situadas em cidades e realidades socioeconômicas distintas. Tal relato tem como objetivo expor a vivência dos licenciandos no Programa de Residência Pedagógica em dois semestres como Residentes Bolsistas. A Escola Estadual Maria Rita Duarte (E.E.M.R.D) se encontra na zona rural do município de Juatuba, região de vulnerabilidade social em que grande parte dos alunos têm dificuldade no acesso à internet. Já a Escola Estadual Serafim Ribeiro de Rezende (E.E.S.R.R), que está situada na área central da cidade de Florestal, é conveniada à Central de Ensino em Desenvolvimento Agrário de Florestal (CEDAF), onde os alunos passaram por processo seletivo e simultaneamente cursam ensino médio e técnico. Como os alunos passam por um processo seletivo para entrar na CEDAF, têm maior participação e facilidade para acesso à internet. Durante a pandemia do COVID-19, em que as aulas presenciais foram suspensas, foram criadas pelo Governo do Estado de Minas Gerais ferramentas para dar continuidade à educação básica de forma emergencial remota. De início foi criado o programa de TV “Se Liga na Educação'' para transmissão das aulas em rede aberta e como método de avaliação, o Plano de Estudos Tutorados (PET). Na E.E.M.R.D. devido ao baixo grau de acesso à internet, não foi aplicado nenhum outro método complementar. Os PET’s foram disponibilizados de forma impressa e tiveram baixa entrega, quase não houve interação aluno-professor, mesmo durante as buscas ativas realizadas por professores e residentes. Além das ferramentas fornecidas pelo Governo Estadual, na E.E.S.R.R os professores utilizaram outros métodos de ensino por meio de atividades síncronas via Google Meet, como aulas de matérias regulares e optativas com foco no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) para os alunos do terceiro ano, além de atividades avaliativas pelo Google Forms. A maioria dos alunos possui acesso à internet e são muito participativos durante as aulas e com altíssimo número de entrega dos PET’s. Contudo, vemos que o ensino remoto durante a pandemia prejudicou todos os alunos, principalmente aqueles que pertencem a uma classe social menos favorecida, pois foram os mais afetados pela falta de acesso à internet, o que impossibilita o acesso às plataformas disponíveis para as aulas e até mesmo o acompanhamento na elaboração dos PET’s e a relação aluno-professor. Em contrapartida, no ensino remoto nós como residentes conseguimos pensar em meios alternativos para alcançar os alunos e despertar o interesse para as aulas, por meio de redes sociais e aulas gravadas. De acordo com nossas experiências na E.E.M.R.D tivemos baixo rendimento pois a falta de acesso à internet dos alunos dificultou muito o contato aluno-professor. Já na E.E.S.R.R tivemos mais contato com os alunos, onde foi possível planejar e ministrar aulas, acompanhar e corrigir os PETs. |